A aprovação do registro da vacina contra a dengue do Instituto Butantan pela Anvisa marca uma nova fase no combate à doença no Brasil, liberando a produção em escala e a distribuição exclusiva pelo SUS, com expectativa de ampliar a proteção especialmente em áreas com alta incidência de casos e maior pressão sobre o sistema de saúde.
Vacina contra a dengue do Butantan muda o combate à doença
A vacina contra a dengue desenvolvida pelo Instituto Butantan é tetravalente, protegendo contra os quatro sorotipos do vírus (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4). Isso é estratégico porque a circulação simultânea de diferentes sorotipos aumenta o risco de formas graves em pessoas previamente infectadas.
Outro diferencial é o esquema de dose única, o que tende a facilitar a adesão em campanhas públicas e a logística de aplicação. Inicialmente, o imunizante será oferecido pelo SUS para pessoas entre 12 e 59 anos, faixa etária em que os estudos clínicos demonstraram melhor equilíbrio entre segurança e eficácia.
Como funciona a vacina contra a dengue do Instituto Butantan
A tecnologia central da vacina é baseada em vírus vivo atenuado, em que o vírus é modificado em laboratório para perder a capacidade de causar a doença, mas manter o potencial de estimular o sistema imunológico. Esse modelo já é utilizado em outras vacinas há décadas no Brasil, como contra febre amarela e sarampo.

Nos ensaios clínicos, foram avaliadas a produção de anticorpos, a ocorrência de eventos adversos e a redução de casos sintomáticos de dengue em diferentes grupos populacionais. Após análise detalhada, a Anvisa concluiu que o imunizante atende aos padrões de segurança, qualidade e eficácia exigidos pela legislação sanitária.
- Proteção contra quatro sorotipos da dengue.
- Esquema de dose única, facilitando campanhas.
- Tecnologia de vírus vivo atenuado, já conhecida.
- Uso inicial para pessoas de 12 a 59 anos.
- Oferta exclusiva pelo SUS, sem venda em farmácias.
A vacina contra a dengue será suficiente para controlar a doença
A chegada da vacina do Butantan ao SUS é uma ferramenta adicional importante, mas não substitui outras medidas de controle. O mosquito Aedes aegypti continua sendo um grande desafio, especialmente em períodos de calor intenso e chuvas, que favorecem a formação de criadouros em áreas urbanas e rurais.
Por isso, autoridades sanitárias reforçam que a vacinação deve ser integrada a ações de saneamento, educação em saúde e eliminação de focos do mosquito. Essa combinação aumenta o potencial de reduzir casos, internações e mortes por dengue nos próximos anos, sobretudo em regiões historicamente mais afetadas.
- Ampliar a cobertura vacinal em grupos prioritários.
- Manter ações contínuas de combate ao mosquito.
- Monitorar os casos notificados em todas as regiões.
- Acompanhar os efeitos da vacina na população vacinada.
Quais são os próximos passos após o registro da vacina contra a dengue
Mesmo com o registro aprovado, o Instituto Butantan seguirá com estudos complementares para monitorar o desempenho da vacina na prática, em um processo de farmacovigilância contínua. Esse acompanhamento é essencial para identificar possíveis eventos adversos raros e entender por quanto tempo dura a proteção.
Com a produção nacional da vacina, o Brasil ganha maior autonomia e capacidade de resposta em cenários de alta transmissão. Informe-se nos canais oficiais de saúde, acompanhe o calendário do SUS e, assim que a vacina estiver disponível na sua região e faixa etária, vacine-se sem demora e mantenha o combate ao mosquito no seu dia a dia; cada temporada de chuvas sem ação é uma oportunidade a mais para a dengue avançar.



