Um jardim bem planejado pode funcionar como um ponto de encontro para aves, borboletas, abelhas e outros pequenos animais. Ao escolher as espécies certas, é possível transformar um espaço aparentemente sem graça em um ambiente cheio de movimento e interação com a natureza, sem exigir grandes reformas, mas sim atenção ao tipo de planta, ao manejo e ao que ela oferece em termos de alimento, abrigo e água ao longo do ano.
Como jardins ajudam a aumentar a biodiversidade?
Em 2025, cresce o interesse por jardins que favorecem a biodiversidade, principalmente em áreas urbanas, onde o verde costuma ser escasso. Mesmo em quintais pequenos, varandas ou canteiros na calçada, a seleção adequada de flores, arbustos e árvores já cria um refúgio seguro para a fauna local, amenizando o calor e melhorando a qualidade do ar.
O foco está em plantas que fornecem néctar, frutos, sementes e locais de proteção para diferentes espécies ao longo do ano. Ao combinar espécies nativas e adaptadas ao clima, o jardim se torna mais resistente, demanda menos manutenção e passa a funcionar como um corredor ecológico, conectando praças, parques e outras áreas verdes da vizinhança.

Leia também: Flores tropicais que atraem borboletas e mantêm jardins coloridos por meses
O que plantar para atrair bichos para o jardim
A expressão o que plantar para atrair bichos envolve, na prática, pensar em plantas que sirvam de alimento e abrigo em diferentes fases da vida dos animais. Aves procuram frutos, sementes e locais para pouso; borboletas buscam flores ricas em néctar e folhas adequadas para postura de ovos; abelhas preferem flores simples, abertas e abundantes, fáceis de acessar.
A escolha de espécies nativas da região geralmente favorece ainda mais esse movimento, pois dialoga com o comportamento natural da fauna local e reduz a necessidade de irrigação e fertilizantes. De forma geral, recomenda-se combinar flores de diferentes cores e alturas com arbustos e, quando houver espaço, pequenas árvores, criando “andares” de vegetação que ampliam as possibilidades de uso por diferentes animais.
Quais plantas atraem aves, borboletas e abelhas
Para quem busca um jardim cheio de vida, algumas plantas são conhecidas por atrair grande quantidade de bichos e podem ser o ponto de partida do projeto. Aves frugívoras tendem a frequentar locais com arbustos e árvores que produzem frutos pequenos, enquanto beija-flores e abelhas concentram-se nas flores com néctar abundante e contínuo.
As borboletas utilizam certas espécies tanto para se alimentar quanto para completar o ciclo de vida, desde o ovo até a fase adulta. Além disso, ervas aromáticas em vasos ajudam a criar um jardim multifuncional, útil na cozinha e valioso para polinizadores. Veja alguns exemplos de plantas que podem compor esse espaço diverso:
- Flores para polinizadores: lantana, lavanda, manjericão, alecrim, sálvia ornamental e hibiscos atraem abelhas e borboletas.
- Plantas para beija-flores: russélia, camarão-vermelho, brinco-de-princesa, pentas e sálvia vermelha oferecem néctar em abundância.
- Frutíferas para aves: pitanga, amora, jabuticaba, guabiroba e outras espécies nativas de pequeno porte fornecem frutos e locais para pouso.
- Plantas hospedeiras para borboletas: maracujá (para certas espécies), coroa-de-cristo e algumas leguminosas servem como suporte para ovos e lagartas.
- Ervas aromáticas úteis: orégano, hortelã e tomilho, mesmo em vasos, atraem insetos benéficos e ajudam no controle de pragas.
Separamos um vídeo do canal Sapgnhol Plantas que fala sobre plantas para atrair beija-flores e dar vida ao seu jardim:
Como organizar o jardim para receber mais fauna
Não basta apenas decidir o que plantar para atrair bichos; a forma como o espaço é organizado também influencia diretamente o sucesso do jardim. Jardins muito “limpos”, com solo sempre revirado e ausência de folhas secas, tendem a afastar parte dos animais, pois reduzem locais de abrigo, caça e descanso usados por insetos, anfíbios e pequenos répteis.
Uma área um pouco mais naturalizada, com diferentes texturas e alturas, costuma ser mais convidativa e exige menos esforço de manutenção. Misturar forrações baixas, arbustos médios e árvores pequenas cria camadas que servem para alimentação e proteção. Também é importante garantir floração contínua, oferecer água em recipientes rasos e preservar cantos mais “rústicos”, além de evitar ao máximo o uso de agrotóxicos e pesticidas químicos.




