A formação de um ciclone extratropical costuma colocar em alerta moradores do Sul do Brasil e de outras regiões do país, principalmente durante a primavera e o verão, quando as frentes frias avançam com mais frequência, provocando mudanças rápidas no tempo, com queda de temperatura, chuva volumosa, rajadas de vento e risco de transtornos em áreas urbanas e rurais, cenário que em 2025 tem sido potencializado pela combinação entre oceano aquecido e circulação atmosférica mais favorável a episódios intensos e mais prolongados.
O que é um ciclone extratropical e como ele se forma na América do Sul

O ciclone extratropical é um sistema de baixa pressão atmosférica que se desenvolve em latitudes médias, como o Sul da América do Sul. Diferencia-se dos furacões por estar ligado ao contraste de temperatura entre massas de ar frio e quente e à presença de frentes frias e quentes, que favorecem nuvens de tempestade e ventos fortes.
No Brasil, esses ciclones geralmente surgem entre o norte da Argentina, o Paraguai, o Uruguai e o Sul brasileiro, deslocando-se em direção ao oceano Atlântico. Quando a pressão atmosférica cai de forma acentuada no centro do sistema, com valores próximos ou abaixo de 1000 hectopascais, os ventos se intensificam e podem gerar ondas elevadas no litoral e ressaca severa em áreas costeiras.
Como o ciclone extratropical provoca temporais no Sul e em outras regiões
A formação de ciclone extratropical costuma vir acompanhada de uma frente fria bem definida, que atua como um corredor para o avanço do ar frio e organiza grandes áreas de nuvens carregadas. Esse conjunto de fatores gera temporais no Sul e pode atingir também parte do Sudeste e do Centro-Oeste, mesmo quando o centro do ciclone não passa diretamente sobre essas regiões.
A circulação de ventos em torno da baixa pressão transporta ar quente e úmido da região amazônica e do interior do país, alimentando as instabilidades. Em áreas de serra, como no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, o relevo canaliza o vento e potencializa as rajadas, que em situações críticas podem se aproximar ou superar 80 km/h.
- Região Sul: maior impacto direto, com possibilidade de temporais generalizados, vento intenso e mar agitado.
- Sudeste: chuva forte localizada, raios e rajadas de vento, especialmente em áreas de divisa com o Sul.
- Centro-Oeste: pancadas de chuva com risco de trovoadas e queda de granizo em alguns setores.
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Quais são os impactos dos ciclones extratropicais nas atividades humanas

Além dos riscos de chuva intensa e vento forte, a presença de ciclones extratropicais tende a alterar rotas aéreas, provocar interdições em rodovias e afetar operações portuárias, sobretudo quando o mar fica muito agitado. Por isso, setores de logística e transporte monitoram esses sistemas, buscando reduzir atrasos, danos estruturais e riscos operacionais em dias de tempo severo.
Na agricultura, episódios de granizo, excesso de chuva e rajadas intensas podem causar prejuízos a lavouras e estruturas rurais, como estufas e galpões. Redes elétricas, telecomunicações e infraestrutura urbana também ficam vulneráveis a quedas de árvores, deslizamentos de encostas e alagamentos mais persistentes em áreas mal drenadas.
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Quais cuidados são recomendados durante um ciclone extratropical intenso
Em situações de ciclone extratropical intenso, as orientações de proteção ganham importância e devem ser seguidas com atenção. O ideal é acompanhar os comunicados do Instituto Nacional de Meteorologia e das defesas civis estaduais e municipais, que emitem avisos de perigo ou perigo potencial para chuvas intensas e tempestades, permitindo o planejamento de atividades ao ar livre, viagens e eventos.
Além dos riscos diretos de vento forte, raios e alagamentos, há impactos sobre a agricultura, redes elétricas e infraestrutura urbana, exigindo ações preventivas e monitoramento constante. A seguir, estão recomendações básicas para reduzir danos materiais e preservar a segurança das pessoas durante a passagem desses sistemas.
- Evitar ficar em áreas abertas durante temporais, reduzindo o risco relacionado a raios.
- Manter distância de árvores isoladas, postes e estruturas metálicas em caso de vento forte.
- Reforçar telhados e verificar calhas e ralos para facilitar o escoamento da água da chuva.
- Não tentar atravessar ruas alagadas a pé ou de carro, devido ao risco de arrastamento.
- Acompanhar boletins meteorológicos e orientações das autoridades locais.




