O fim do home office para parte dos funcionários do Bradesco reacendeu um debate mais amplo sobre o futuro do trabalho no setor financeiro, em um contexto em que empresas tentam equilibrar produtividade, controle, cultura organizacional e qualidade de vida após anos de expansão dos modelos remoto e híbrido.
Como será o retorno ao trabalho presencial no Bradesco em 2026
De acordo com o Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região, o Bradesco encerrará o home office para quase 900 trabalhadores a partir de janeiro de 2026. A mudança atinge principalmente o departamento de investimentos, com 844 profissionais, e a tesouraria, com cerca de 50 bancários, todos na capital paulista e em Osasco.
O banco afirma que a rotina de trabalho é definida pela liderança de cada área, que combina dias remotos e presenciais conforme as necessidades operacionais. Hoje, aproximadamente metade dos mais de 82 mil empregados atua em regime híbrido, o que mostra que o fim do trabalho remoto não valerá para toda a organização.

O que muda na rotina dos bancários com o fim do home office
A decisão de encerrar o home office para parte do quadro levanta dúvidas sobre impacto na vida prática dos bancários e de suas famílias. A alteração afeta deslocamentos diários, gastos com transporte e alimentação, além da conciliação entre trabalho, estudos, cuidados com filhos e outras responsabilidades.
- Aumento do tempo de deslocamento em grandes centros urbanos.
- Reajuste do orçamento mensal com novos custos fixos.
- Redefinição de rotinas familiares e de cuidados com dependentes.
- Adaptação emocional ao retorno a ambientes mais controlados.
Por que grandes bancos estão revendo o modelo de home office
A reversão parcial do home office no Bradesco ocorre enquanto outros bancos também apertam as regras de presença. O Nubank passará a exigir ao menos dois dias por semana no escritório a partir do segundo semestre de 2025, e o Itaú Unibanco já desligou empregados após revisar condutas relacionadas ao trabalho remoto e ao registro de jornada.
Especialistas em mercado de trabalho citam fatores como necessidade de monitorar desempenho, reforçar cultura organizacional e atender exigências regulatórias e de segurança, especialmente em áreas sensíveis como tesouraria e investimentos. Há também o interesse em padronizar políticas internas, reduzindo diferenças entre equipes presenciais e remotas.

Quais são os principais desafios do fim do home office para bancos e trabalhadores
A migração para o modelo 100% presencial exige que os bancos assegurem infraestrutura adequada, estações de trabalho suficientes e políticas claras de jornada. O sindicato afirma que acompanhará a transição, cobrando limites à carga horária, respeito às normas de saúde e segurança e ajustes realistas de metas.
Para os bancários, o desafio está em reorganizar horários, logística pessoal e bem-estar, buscando manter equilíbrio entre vida profissional e pessoal. Comunicação antecipada, períodos de adaptação e revisão de benefícios costumam ser estratégias usadas para reduzir impactos na volta ao escritório.
Quais são as perspectivas para os modelos híbrido e presencial nos próximos anos
O movimento de Bradesco, Nubank e outros bancos indica que o debate sobre trabalho remoto continuará forte nos próximos anos. O modelo híbrido segue como alternativa dominante, mas com regras diferentes entre empresas e maior exigência de presença em áreas críticas, como tesouraria e determinados segmentos de investimentos.
Até 2026, muitos profissionais viverão uma fase de readequação, avaliando se permanecem em empresas com exigência maior de presencialidade ou se buscam oportunidades mais flexíveis. Se você trabalha ou pretende trabalhar no setor financeiro, este é o momento de se informar, participar ativamente das discussões internas e decidir, com urgência e consciência, qual modelo de trabalho melhor protege sua carreira e sua qualidade de vida.




