A história recente da Forever 21 tornou-se um símbolo das mudanças em curso no varejo de moda jovem e acessível. A falência da rede nos Estados Unidos, acompanhada do fechamento de centenas de lojas, expõe a dificuldade de um modelo de negócio baseado em expansão acelerada, preços baixos e dependência do ponto de venda físico, ao mesmo tempo, em que evidencia como a transformação digital e as novas exigências de consumidores, especialmente os mais jovens, passaram a determinar a sobrevivência das marcas no setor.
Forever 21 e o fast fashion estão em crise com a mudança no consumo de moda
O declínio da Forever 21 está diretamente ligado à mudança de comportamento do consumidor de moda jovem. Pesquisas indicam que novas gerações passaram a priorizar sustentabilidade, condições de trabalho e transparência sobre a origem das peças, pressionando marcas por práticas mais responsáveis.
Nesse cenário, o fast fashion tradicional, baseado em produção em massa e alta rotatividade, começou a ser questionado por seu potencial de desperdício e impacto ambiental. Ao mesmo tempo, cresce o interesse por peças de maior durabilidade, moda de segunda mão e marcas com posicionamento socioambiental claro.

Como a falência da Forever 21 nos EUA impacta a marca em outros mercados
A falência da Forever 21 nos Estados Unidos não significou o desaparecimento imediato da marca em outros países. Os direitos globais pertencem ao Authentic Brands Group (ABG), que atua por meio de licenciamentos e permite que parceiros locais adaptem o portfólio e o modelo de operação.
Em alguns mercados, essa estratégia resultou em operações mais enxutas, com menos lojas físicas e maior integração ao e-commerce. No Brasil, porém, a rede encerrou suas atividades em 2022, embora o licenciamento internacional ainda possibilite um retorno em formatos mais flexíveis e digitais.
- Lojas menores, focadas em experiência e conexão com a marca;
- Parcerias com varejistas multimarcas e de departamentos;
- Operações concentradas em e-commerce e marketplaces;
- Colabs com influenciadores e marcas já consolidadas.
Quais foram os principais erros estratégicos da Forever 21
A queda da Forever 21 é atribuída a uma combinação de fatores, entre eles a expansão física agressiva, que elevou custos de aluguel, logística e operação em um momento de queda no fluxo de shoppings. Paralelamente, a gestão de estoques falhou, com excesso de peças encalhadas e coleções que chegavam defasadas às lojas.
A empresa também demorou a acompanhar a digitalização do setor, ficando atrás de concorrentes como Zara, H&M e Shein no uso de dados para ajustar produção e comunicação. Somam-se a isso críticas ligadas à falta de clareza sobre práticas trabalhistas e ambientais, o que fragilizou sua imagem.
- Expansão acima da capacidade financeira;
- Dependência de grandes lojas físicas;
- Baixa integração entre varejo físico e digital;
- Gestão de estoque pouco eficiente;
- Pressão por sustentabilidade e ética na produção.

Qual é o futuro do fast fashion após o caso Forever 21
A falência da Forever 21 não encerra a demanda por moda rápida, mas mostra que o setor passa por ajustes profundos. Marcas de fast fashion que seguem em expansão adotam hoje dados em tempo real, produção em lotes menores e testes de coleções em poucas lojas antes de ampliá-las.
Ganha força também a chamada moda circular, com iniciativas de revenda, reciclagem de tecidos, coleções cápsula e programas de recolhimento de roupas usadas. Mesmo empresas de moda acessível buscam equilibrar preço, velocidade e responsabilidade socioambiental para manter sua relevância.
O que o varejo de moda aprende com a trajetória da Forever 21
O caso Forever 21 tornou-se referência em debates sobre o futuro do varejo de moda acessível. Sua trajetória reforça a importância de transformação digital contínua, adaptação rápida ao comportamento do consumidor e transparência nas práticas de produção e comunicação.
Para o setor, a experiência da marca funciona como alerta sobre os riscos de atrasar investimentos em tecnologia, ignorar sinais de saturação do modelo físico tradicional e subestimar o peso da reputação socioambiental. Em um ambiente altamente conectado, ouvir o consumidor e integrar canais é decisivo para a sobrevivência das marcas de fast fashion.




