A sífilis, infecção sexualmente transmissível causada pela bactéria Treponema pallidum, vive uma expansão significativa na Argentina, acompanhando uma tendência regional e global. Em 2025, segundo o Boletim Epidemiológico Nacional, o país registrou 36.702 casos, aumento de 20,5% em relação ao ano anterior, com destaque para as províncias de Neuquén, Entre Ríos e Tierra del Fuego. Apesar de quedas em áreas como Formosa, San Luis, La Pampa e Santa Fe, são regiões de menor volume absoluto de casos.
Como ocorre a transmissão da sífilis e quais são os sintomas comuns
A transmissão da doença acontece principalmente por contato sexual. A bactéria penetra por pequenas lesões na pele ou mucosas durante relações sexuais vaginais, anais ou orais, sendo mais contagiosa nas fases iniciais, mas ainda possível durante a fase latente.
Nas primeiras etapas, a sífilis pode provocar uma lesão chamada cancro e, posteriormente, sinais como erupções cutâneas, febre, dores no corpo e inflamação dos gânglios linfáticos. O diagnóstico precoce é essencial para evitar complicações.
Quais grupos têm maior risco de sífilis na Argentina
Cerca de 76% dos casos atingem pessoas entre 15 e 39 anos, com maior prevalência nas faixas de 20 a 24 e 25 a 29 anos. Essa característica evidencia que jovens estão mais vulneráveis, o que mantém uma tendência observada desde 2015.

Esse padrão justifica os esforços das autoridades em reforçar ações de prevenção, diagnóstico e tratamento junto às diferentes províncias. Diante desse cenário, é importante destacar os principais fatores relacionados ao aumento do risco para esse grupo:
- Início precoce da vida sexual
- Múltiplos parceiros sexuais
- Baixa adesão ao uso de preservativos
- Desinformação sobre infecções sexualmente transmissíveis
Principais estratégias de saúde pública para sífilis na Argentina
O aumento dos casos motivou o Ministério da Saúde da Argentina a ampliar a distribuição de reagentes para testes rápidos e penicilina benzatina, assegurando o tratamento oportuno. O uso dos testes no primeiro atendimento facilita o diagnóstico imediato e reduz barreiras ao acesso.
Há ainda priorização das áreas mais afetadas e vigilância epidemiológica rigorosa. O ministério segue promovendo o uso do preservativo para prevenir a sífilis e outras infecções sexualmente transmissíveis.
A situação da sífilis na região de Cuyo e as tendências locais
A região de Cuyo, que inclui as províncias de San Luis, San Juan e Mendoza, apresentou 2.982 casos em 2024. San Luis destacou-se com taxa de 190,1 casos por 100.000 habitantes, seguida de San Juan (107,8) e Mendoza (80,1).
A elevação desses índices ressalta a importância de medidas educativas e serviços de saúde acessíveis. O combate à sífilis exige recursos suficientes e colaboração entre autoridades sanitárias e comunidade para evitar complicações graves, especialmente em regiões de maior incidência.
Situação atual da sífilis no Brasil: dados do Boletim Epidemiológico 2025
Os dados do Boletim Epidemiológico de Sífilis de 2025, divulgado em outubro, mostram um cenário misto no Brasil: enquanto a sífilis congênita (em bebês) apresentou um recuo pela primeira vez em três anos, a sífilis adquirida (em adultos) segue em ascensão, especialmente entre pessoas acima de 40 anos. Foram notificados 256 mil casos de sífilis adquirida em 2024, com crescimento notável entre adultos mais velhos. No mesmo ano, houve 89 mil casos em gestantes, com uma taxa de detecção de 35,4 casos por mil nascidos vivos. Já a sífilis congênita registrou 24 mil casos e 183 óbitos, com incidência reduzida para 9,6 casos por mil nascidos vivos. Para enfrentar este desafio, o Ministério da Saúde lançou uma campanha nacional em outubro de 2025 enfatizando o diagnóstico precoce, o tratamento (que tem cura) e ampliou a oferta de testes rápidos para toda a população.




