A detecção precoce do melanoma é fundamental para aumentar as chances de sobrevivência, e um novo avanço chamou atenção ao mostrar que a inteligência artificial pode acelerar esse processo. Em 2025, pesquisadores apresentaram um modelo capaz de identificar sinais iniciais da doença com precisão superior a 90%, despertando interesse mundial.
Como a IA conseguiu alcançar tamanha precisão na detecção do melanoma?
O melanoma é considerado o câncer de pele mais agressivo, e especialistas reforçam que a identificação precoce é decisiva. Segundo o professor Gwangill Jeon, da Universidade Nacional de Incheon, apenas características visuais dificultam o diagnóstico, o que torna essencial combinar imagens e dados clínicos para análises mais completas.
O novo modelo de inteligência artificial demonstrou 94,5% de precisão ao analisar imagens dermatológicas associadas a informações como idade, sexo e localização da lesão. De acordo com os pesquisadores responsáveis, o sistema integra esses elementos em um estágio intermediário, permitindo decisões mais precisas e contextualizadas.

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Quais elementos tornam essa ferramenta mais eficiente que modelos anteriores?
Os autores explicam que grande parte dos sistemas anteriores utilizava apenas imagens para prever riscos, ignorando fatores clínicos importantes. Para entender o diferencial dessa tecnologia, vale observar os aspectos que ampliam sua capacidade de prever com rigor o risco de melanoma.
- Dados clínicos: idade, sexo e localização aumentam a precisão da análise.
- Rede neural convolucional: interpreta padrões visuais com alta sensibilidade.
- Fusão de informações: integra imagem e contexto clínico em um único modelo.
O que o conjunto de dados revela sobre o perfil mais comum de pacientes?
O estudo utilizou mais de 33 mil imagens do conjunto SIIM-ISIC, todas acompanhadas de informações clínicas validadas por histopatologia ou consenso de especialistas. A análise epidemiológica mostrou que a maioria dos casos ocorre entre 40 e 60 anos, com maior incidência em homens e predominância de lesões localizadas no tronco.
Esses padrões foram incorporados ao treinamento da IA, permitindo que ela aprendesse a ponderar variáveis de acordo com sua relevância estatística. Isso contribuiu diretamente para o desempenho superior do modelo, que superou ferramentas que dependem exclusivamente de imagens para prever o risco de câncer de pele.

Quais desafios ainda limitam o uso da IA em diagnósticos de melanoma?
Mesmo com resultados encorajadores, os pesquisadores apontam limitações que precisam ser superadas antes da aplicação massiva da ferramenta. A seguir estão os principais pontos que ainda exigem atenção antes de integrar totalmente o modelo à prática clínica.
- Tendência ao sobreajuste: pequena diferença entre desempenho em treino e validação.
- Generalização limitada: falta testar o modelo em populações externas.
- Complexidade dos dados: necessidade de fusões mais avançadas e explicações transparentes.
Segundo o professor Jeon, o objetivo é transformar o modelo em uma ferramenta prática que analise imagens e dados básicos do paciente, acelerando a detecção precoce do melanoma. Com ajustes futuros, a tecnologia pode se tornar um marco no diagnóstico e prevenção do câncer de pele.




