O abono salarial PIS/Pasep, frequentemente chamado de “14º salário“, é considerado uma das conquistas mais relevantes dos trabalhadores brasileiros, garantindo uma renda extra anual que é especialmente importante para quem recebe menos. A partir de 2026, o benefício passará a seguir novas regras, incluindo um teto de renda atualizado e valor máximo de R$ 1.631, acompanhando a previsão do salário mínimo nacional. O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) já confirmou que o calendário de pagamentos será divulgado em dezembro de 2025, mesmo com os pagamentos do ano anterior ainda ocorrendo.
Qual a importância do abono salarial?

O principal objetivo do abono salarial é proporcionar um alívio financeiro significativo aos trabalhadores de menor renda, funcionando como complemento ao orçamento anual. O valor recebido varia conforme o tempo de serviço no ano-base, permitindo que os que trabalharam durante todo o ano de 2024 tenham direito ao valor integral em 2026.
Os dados utilizados para o cálculo do benefício são enviados pelas empresas ao eSocial ou RAIS, tornando essencial que as informações estejam corretas e atualizadas, evitando perdas ou atrasos no pagamento.
Como será o pagamento do PIS/Pasep?
A disponibilização do abono salarial continuará dividida entre duas instituições: trabalhadores do setor privado receberão pela Caixa Econômica Federal (PIS), já os servidores públicos pelo Banco do Brasil (Pasep). Para facilitar o acesso, o benefício poderá ser transferido diretamente para contas bancárias, sacado presencialmente em agências ou retirado por meio de aplicativos e terminais eletrônicos.
Nos últimos anos, a digitalização do processo também permitiu que muitos trabalhadores acompanhassem e movimentassem seus benefícios sem sair de casa, através dos aplicativos oficiais dos bancos envolvidos.
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Quais as novas regras do PIS/Pasep 2026?
A partir de 2026, uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) aprovada em 2024 trará mudanças relevantes, especialmente quanto ao teto de renda. Agora, o limite será ajustado anualmente com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), ao invés de um valor fixo, alinhando-se mais à realidade econômica do país.
Uma das novidades da PEC é o planejamento de redução gradual do teto de renda até 2035, quando ficará limitado a 1,5 salário mínimo, corrigido pelo INPC, tornando o benefício ainda mais direcionado para quem realmente precisa. Além disso, está prevista uma modernização dos procedimentos de solicitação para dar mais transparência ao processo.
Quem pode pedir o abono em 2026?
Para ser elegível ao abono em 2026, os trabalhadores deverão atender a critérios específicos. É necessário estar cadastrado no PIS/Pasep por pelo menos cinco anos, ter recebido até o novo teto de renda mensal — estimado entre R$ 2.800 e R$ 2.900, conforme a inflação — e trabalhar com carteira assinada por pelo menos 30 dias em 2024.
A transmissão correta dos dados ao eSocial ou RAIS pela empresa é fundamental para garantir o acesso ao benefício, pois possíveis erros ou atrasos podem impedir o recebimento do abono nesse ciclo.
Como calcular e sacar o abono em 2026?

O cálculo do valor é proporcional ao período trabalhado durante o ano-base de 2024. Assim, quem trabalhou doze meses terá direito ao valor integral de R$ 1.631, enquanto períodos menores garantirão valores proporcionais, sujeitos à confirmação do novo piso salarial nacional.
Para facilitar a compreensão do cálculo e dos canais de saque, veja a seguir uma lista com exemplos e opções de consulta:
- Trabalhador com 1 mês de serviço: ~R$ 135,91
- Trabalhador com 6 meses de serviço: ~R$ 815,46
- Trabalhador com 12 meses de serviço: R$ 1.631
- Consulta de elegibilidade via: aplicativos Carteira de Trabalho Digital, Caixa Trabalhador, Gov.br, Banco do Brasil e central 158
- Opções de saque: crédito em conta, caixas eletrônicos, lotéricas, correspondentes Caixa Aqui e internet banking
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O que fazer se o abono não for sacado?
Caso o trabalhador não saque o valor até o final do calendário divulgado, o recurso retorna ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Porém, há possibilidade de apresentação de recurso administrativo, caso se justifique a ausência do saque, junto ao Ministério do Trabalho e Emprego.
Com a previsão de redução gradual do número de beneficiários nos próximos anos devido à restrição dos critérios, políticas públicas de inclusão e ajuste salarial se tornam ainda mais importantes para assegurar a proteção social dos trabalhadores mais vulneráveis.




