Recentemente, o governo brasileiro trouxe mudanças significativas para os vales refeição (VR) e alimentação (VA), atualizando também o Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) para estimular a concorrência no mercado e beneficiar trabalhadores e comerciantes.
O que é o PAT e quem pode receber?
O Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), criado em 1976, busca oferecer benefícios alimentares, especialmente a trabalhadores de baixa renda no Brasil, abarcando aproximadamente 24 milhões de pessoas. As empresas podem aderir opcionalmente ao PAT e, ao fazer isso, recebem incentivos fiscais ao oferecer benefícios alimentares a seus colaboradores.
O PAT é crucial em tempos de inflação de alimentos, e as reformas recentes pretendem tornar o programa mais inclusivo, especialmente para quem recebe até cinco salários mínimos, auxiliando também pequenas empresas a manterem seus funcionários motivados.

Quais mudanças em taxas e prazos?
Entre as principais inovações, a nova regulamentação estabelece um teto de 3% a 4% para as taxas de desconto pagas pelos estabelecimentos, valor bem abaixo da média usual de 6% a 7%. Isso representa uma redução significativa dos custos para bares, restaurantes e supermercados.
Outra mudança relevante é a aceleração dos prazos de repasse, agora limitados a 15 dias, diante dos antigos 60 dias. Assim, os estabelecimentos poderão planejar melhor seu fluxo de caixa diante dessa nova dinâmica.
Como funciona portabilidade e integração?
O decreto traz novidades ao permitir que os trabalhadores escolham a bandeira do cartão (portabilidade) e possibilitar que qualquer maquininha aceite vales de diferentes operadoras (interoperabilidade). Isso encerra o tradicional modelo fechado, intensificando a concorrência.
Essas medidas proporcionarão mais liberdade de escolha aos funcionários que recebem os vales, simplificando a aceitação nos estabelecimentos e fortalecendo pequenos pontos comerciais ao diminuir sua dependência de grandes operadoras. Especialistas apontam que essa abertura deve ampliar também o acesso dos consumidores a mais estabelecimentos, favorecendo a utilização do benefício.
Quais críticas e elogios o mercado faz?

A decisão do governo divide opiniões no setor. Enquanto a Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador (ABBT) teme prejuízos para a natureza social do PAT, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) destaca os benefícios da interoperabilidade, mas critica o tabelamento das taxas.
Algumas entidades manifestam preocupações com potenciais disputas jurídicas. Para facilitar o entendimento, seguem alguns argumentos principais apresentados pelo mercado:
- Receio de enfraquecimento do benefício alimentar obrigatório nas empresas.
- Aprovação da liberdade dada às pequenas empresas para escolherem operadoras de vale.
- Dúvidas sobre a efetividade do tabelamento das taxas versus regulação por mercado.
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O que muda no mercado de benefícios?
A expectativa é de que as novas normas aumentem a concorrência no setor de alimentação trabalhista, promovendo custos menores e ampliando a liberdade dos usuários dos vales. O estímulo à escolha e à competição promete criar ambiente favorável para inovações.
No entanto, o equilíbrio entre abertura do mercado e preservação do caráter social do PAT permanece como desafio, exigindo uma adaptação gradual de todos os envolvidos para garantir o sucesso das mudanças propostas.




