A falência da Joann atinge quase 800 lojas distribuídas em 49 estados nos EUA, marcando o colapso de uma das maiores varejistas de artesanato e costura do país. O impacto dessa queda levanta discussão sobre o avanço digital e a desatenção estratégica diante de novos hábitos de consumo.
Por que uma rede tão tradicional chegou a esse colapso?
A Joann existia há mais de 80 anos e era referência entre entusiastas do DIY, costura e artes manuais. Porém, após duas tentativas de recuperação judicial e sucessivos prejuízos, o varejo físico não sustentou o ritmo exigido pelo comércio digital e nem suas margens ficaram competitivas.
Segundo o analista de mercado Neil Saunders, a gigante não conseguiu se reinventar, perderam espaço para concorrentes como Hobby Lobby e Michaels e perderam ainda mais para o e-commerce. O resultado foi uma pressão financeira crescente com endividamento em alta.

O que mostra a cronologia dos fechamentos e do processo judicial?
O processo de liquidação está em andamento e é extenso. Confira na lista abaixo como está a linha do tempo operacional e o status real da rede nesse encerramento em escala nacional que marcou o varejo americano de 2025.
- 255 lojas já fechadas até abril segundo dados públicos
- aproximadamente 535 unidades devem encerrar até o fim de maio
- lojas físicas são o único canal ativo, site só exibe informações
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Por que a pandemia não salvou a empresa a longo prazo?
A pandemia chegou a aquecer vendas porque consumidores passaram a costurar e produzir artesanato em casa. Porém, o impulso foi sazonal e a demanda retornou ao normal rapidamente. Após isso, a rede não conseguiu manter relevância e perdeu tração quando a economia reabriu.
Além disso, o varejo americano está cada vez mais digital e compra impulsiva de material físico já não acontece como em 2015. A tentativa de manter lojas abertas após o primeiro pedido de falência apenas prolongou o desgaste e a segunda declaração, em 2025, selou o fim.

Qual foi a posição oficial da liderança da Joann sobre a decisão?
A direção da empresa afirmou publicamente que a venda e o fechamento definitivo foram considerados o melhor movimento para credores e investidores. Abaixo os pontos que constaram como justificativa central para essa decisão final segundo o CEO interino.
- inviabilidade de manter lojas físicas em 49 estados
- baixa capacidade de competir com varejistas digitais
- falta de margem para novos ciclos de reestruturação financeira




