A rede americana Rite Aid encerrou todas as suas lojas em 2025 após anos de queda de faturamento, falências sucessivas e acordos milionários envolvendo acusações relacionadas à distribuição de opioides. Agora especialistas alertam para o agravamento dos desertos farmacêuticos nos EUA.
Como uma gigante nacional chegou ao fim definitivo?
A empresa fundada em 1962 chegou a operar quase 5.000 lojas e foi considerada uma das maiores cadeias do país. Porém, sua estrutura financeira colapsou com o tempo. Em 2023 e 2025 a rede entrou duas vezes com pedido de falência, alegando dificuldade de reestruturação.
A Rite Aid também enfrentou ações judiciais e investigações federais sobre vendas de opioides. Em 2022, a empresa pagou US$ 30 milhões em acordos, segundo o CBS News. Em 2024, concordou com um novo acordo após denúncia do Departamento de Justiça sobre dispensação ilegal de fentanil e oxicodona.

Quais fatores aceleraram o fechamento de todas as unidades?
O colapso da Rite Aid não foi impulsionado por um fator único, mas pela soma de elementos estruturais, financeiros e regulatórios. Confira na lista abaixo os pontos que mais contribuíram para inviabilizar a sobrevivência da empresa no mercado americano.
- Enorme endividamento e custo crescente de manter lojas físicas
- Perda de confiança do mercado após denúncias envolvendo opioides
- Queda de vendas após mudança de comportamento de consumo
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Qual o impacto disso na população e em outras redes farmacêuticas?
A CVS já fechou mais de 1.000 lojas desde 2021 em uma estratégia de longo prazo e a Walgreens fechou 500 unidades no último ano. Essa combinação, somada ao fim da Rite Aid, agrava a formação de desertos farmacêuticos em diversas cidades do país.
Esses desertos são áreas com acesso difícil a remédios e serviços de farmácia, o que pode reduzir adesão a tratamentos, piorar doenças crônicas e ampliar desigualdade de cuidado. Especialistas alertam para consequências mais graves em comunidades com menor poder aquisitivo.

Que soluções estão sendo discutidas para reduzir o impacto social?
Pensando no acesso à medicação, especialistas no setor de saúde propõem medidas para diminuir essa fragilidade. Abaixo, três caminhos citados em think tanks e fóruns de saúde pública que podem reduzir danos provocados pelo fechamento massivo de lojas.
- Expansão da telefarmácia com entrega local e estoque inteligente
- Convênios regionais entre redes, hospitais e pequenas drogarias
- Incentivos fiscais para novas farmácias em áreas vulneráveis




