Obesidade deixou de ser apenas fator de risco em idosos e está alterando o mapa oncológico mundial, segundo estudo publicado na Annals of Internal Medicine, liderado por especialistas do Instituto de Pesquisa do Câncer e do Imperial College London, com análise de 42 países.
Por que o câncer está aumentando também em adultos jovens?
O estudo avaliou 13 tipos de tumor e encontrou ascensão simultânea em seis deles em pessoas entre 20 e 49 e também acima de 50, o que mostra um padrão epidemiológico global e não um fenômeno isolado em uma faixa de idade específica.
Segundo os pesquisadores, fatores como dietas hipercalóricas, sedentarismo e ambientes obesogênicos criam um cenário comum que acelera aparecimento de doenças. Essa mudança alimentar global tem impacto crescente e antecipado na oncologia.

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Quais são os tumores em ascensão associados ao peso corporal?
Os autores observaram crescimento acentuado em seis tipos, sendo endométrio e rim os dois com associação mais forte ao excesso de peso. É um sinal estatístico que reforça o papel do acúmulo de gordura corporal como gatilho inflamatório crônico relevante.
- Câncer de tireoide — risco elevado com alterações metabólicas persistentes
- Câncer de mama — excesso de gordura corporal influencia hormônios sexuais
- Câncer colorretal — jovens estão apresentando aumento mais rápido que idosos
- Câncer renal — alto vínculo com gordura visceral e inflamação metabólica
- Câncer de endométrio — alterações hormonais e metabólicas elevam risco
- Leucemia — evidências apontam influência de inflamação sistêmica contínua
O caso do câncer colorretal é o mais preocupante hoje?
A incidência do tumor colorretal em jovens subiu mais rápido que em idosos em 69% dos países analisados, segundo o estudo. Isso sugere possível influência de fatores ambientais modernos e exposição mais precoce a produtos ultraprocessados.
Além disso, adultos mais velhos têm rastreamento mais frequente e detectam lesões cedo, enquanto jovens costumam diagnosticar tardiamente, prejudicando prognóstico. Essa diferença de acesso a exames torna o cenário ainda mais preocupante.

Há medidas reais que podem reduzir o risco desses cânceres?
OMS e Sociedade Americana do Câncer apontam que manter peso saudável, praticar exercícios e limitar ultraprocessados pode diminuir em até 40% o risco de tumores associados ao peso. São medidas simples com alto efeito preventivo de longo prazo.
- Atividade física regular — melhora sensibilidade à insulina e reduz inflamação
- Menos ultraprocessados — diminui estresse metabólico e picos de glicose
- Prevenção desde cedo — especialistas defendem intervenções já na infância




