As exportações do agronegócio em Minas Gerais atingiram US$ 14,5 bilhões de janeiro a setembro de 2025, registrando um crescimento de 12,8% em relação ao ano anterior. O estado se destacou no ranking nacional dos principais estados exportadores do agro. Principais destaques incluem o café, complexo soja e setor sucroalcooleiro.
- Minas Gerais é o terceiro maior exportador do agro no Brasil
- Café lidera com mais de US$ 7 bilhões em receitas
- Diversificação para 175 países, com destaque para a China e EUA
Como Minas Gerais alcançou o crescimento recorde?
Minas Gerais se destacou entre os estados brasileiros ao apresentar o maior crescimento em exportações do agronegócio. Esse avanço foi impulsionado pelo forte desempenho do café, o qual mantém altas cotações devido à baixa oferta global e à crescente demanda.
Além disso, políticas de incentivo à inovação tecnológica, investimentos em infraestrutura logística e parcerias estratégicas com cooperativas e produtores rurais contribuíram significativamente para a expansão das exportações. Isso permitiu acelerar processos produtivos, melhorar a qualidade dos produtos e aumentar a presença mineira nos principais mercados internacionais.
Qual é o papel do café nas exportações mineiras?
Aproximadamente 70% das exportações brasileiras de café vêm de Minas Gerais, tornando o estado líder absoluto no setor. Em 2025, o café gerou US$ 7,77 bilhões, representando pouco mais da metade da receita agro do estado. Esse crescimento de 48% foi motivado pela alta demanda de mercados como Estados Unidos, Alemanha e Itália.
LeiaTambém
O crescimento expressivo da receita do café também se relaciona à melhoria contínua das práticas sustentáveis e à valorização de selos de qualidade reconhecidos internacionalmente. As certificações e registros de origem têm ampliado o acesso a nichos de mercado de maior valor agregado, consolidando Minas Gerais como referência global nesse segmento.
Por que os Estados Unidos e a Alemanha são destinos principais?
A alta qualidade do café mineiro atrai mercados internacionais, especialmente os Estados Unidos e Alemanha, que valorizam produtos premium e sustentáveis. Essa preferência fortalece a presença de Minas no mercado global.
Nos últimos anos, ambos os países têm intensificado políticas voltadas à compra de produtos com rastreabilidade e origem certificada, o que beneficia produtores mineiros comprometidos com práticas ambientais e sociais responsáveis. Dessa forma, o relacionamento comercial se fortalece, gerando contratos de longo prazo e estabilidade para o agronegócio mineiro.
Impacto do complexo soja no agronegócio
Apesar de uma queda de 15% na receita, atingindo US$ 2,6 bilhões, o complexo soja continua sendo crucial para a economia mineira. Foram exportadas 6,5 milhões de toneladas, consolidando a soja como um pilar econômico.
Mesmo diante da redução nas receitas, o setor tem investido em diversificação de cultivares, ampliação do uso de tecnologia de precisão e em práticas que favorecem a produtividade sustentável. Essas medidas visam garantir maior resiliência frente às oscilações do mercado internacional e aos desafios climáticos, assegurando o protagonismo de Minas Gerais na produção de soja.
Setor sucroalcooleiro e produção interna de etanol
O volume sucroalcooleiro chegou a 3,3 milhões de toneladas, mas a receita caiu 19,9%, totalizando US$ 1,5 bilhão. A crescente atratividade do mercado interno de etanol influenciou essa diminuição.
O setor também tem investido na modernização dos parques industriais para aumentar a eficiência energética e reduzir custos. Além disso, projetos de biocombustíveis e pesquisa em cana-de-açúcar mais resistente têm sido estratégias fundamentais para agregar valor na cadeia produtiva e atender às novas exigências ambientais.
Diversificação para carnes e produtos florestais
A receita de carnes cresceu 6,8%, alcançando US$ 1,3 bilhão com 368,8 mil toneladas exportadas. Já o setor de produtos florestais atingiu US$ 765 milhões, com 1,3 milhão de toneladas embarcadas.
Esses resultados refletem políticas de fiscalização sanitária rigorosa e a busca por novos mercados, em especial na Ásia e no Oriente Médio. A diversificação também abrange produtos como lácteos e fruticultura, setores que estão em ascensão e contribuem para uma pauta exportadora mais equilibrada.
Leia mais: Preços do agronegócio variam com o clima e afetam milho, soja e carnes
Engajamento e expectativas futuras
Minas Gerais demonstra uma sólida capacidade de adaptação tecnológica e diversificação produtiva, consolidando-se como referência em qualidade e sustentabilidade. Com expectativas de ultrapassar o recorde de US$ 17 bilhões até o fim do ano, a participação no mercado global só tende a crescer.
O futuro do agronegócio mineiro depende da manutenção de investimentos em inovação e da ampliação de acordos comerciais, especialmente frente a tendências globais de consumo sustentável. O fortalecimento de políticas públicas e o apoio à inclusão de pequenos produtores no comércio exterior devem solidificar ainda mais a liderança de Minas Gerais no cenário agroexportador nacional.
- Capacidade de adaptação tecnológica fortalece o setor
- Expansão em mercados diversificados eleva competitividade
- Qualidade superior dos produtos mineiros impulsiona o crescimento