Um estudo recente do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) revelou um significativo impacto negativo nas exportações de Minas Gerais para os Estados Unidos, com destaque para as sobretaxas impostas pelo país norte-americano. Em setembro, o estado mineiro sofreu uma queda de 50% nos produtos vendidos aos americanos comparado ao mesmo período de 2024.
- Queda de 51,9% nas exportações de produtos isentos pela taxa
- Minas Gerais teve o maior prejuízo, seguido por Santa Catarina e São Paulo
- Impacto singular nas exportações de café não torrado e ferro fundido bruto
Como as sobretaxas afetaram Minas Gerais?
Os dados da pesquisa indicam que Minas Gerais registrou uma perda de US$ 236 milhões devido às sobretaxas, superando outros estados em valor absoluto. A queda nas exportações se refletiu especialmente nos embarques de metais, produtos semiacabados e no setor de commodities.
Adicionalmente, a indústria local passou a buscar alternativas para minimizar os prejuízos, como diversificação de mercados e renegociação de contratos. Mesmo assim, a dependência das exportações para os EUA tornou o impacto mais severo para o estado.
Impacto nos produtos isentos
Mesmo produtos que foram isentos das tarifas, como o ferro fundido bruto e o café não torrado, enfrentaram um cenário desafiador. Em muitos casos, fatores como a volatilidade cambial e a incerteza diante das políticas comerciais também afetaram negativamente os embarques.

As exportações desses produtos caíram significativamente, com o café apresentando um recuo de 22,6%. Empresas relataram dificuldades logísticas, além de aumento na concorrência internacional, que colaboraram para a redução dos volumes exportados.
Por que Minas Gerais lidera as perdas?
Minas Gerais, devido ao tamanho da sua balança comercial com os EUA, liderou as perdas em valores totais. O estudo destaca que a diversificação limitada do seu portfólio de produtos exportados acentuou a dependência do mercado americano.
A pesquisa evidenciou que a estratégia de antecipação de embarques adotada por alguns estados não foi capaz de conter o impacto negativo das tarifas. Além disso, a demora na reação do setor produtivo frente às mudanças no cenário internacional intensificou as perdas.
Como os estados brasileiros estão reagindo às sobretaxas americanas
Destaca-se que, além de Minas, Santa Catarina e São Paulo também sofreram grandes quedas nas exportações. Cada estado buscou medidas específicas para enfrentar os efeitos das tarifas, incluindo incentivos fiscais e apoio à prospecção de novos mercados.
Isso se deve, em parte, à irregularidade nas isenções concedidas e ao impacto nas exportações dos principais produtos desses estados. Mesmo setores tradicionalmente fortes, como o de bens industriais em São Paulo, registraram retração expressiva no volume exportado.
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Principais lições do estudo da FGV Ibre
- Minas Gerais enfrentou um dos maiores impactos devido à sua forte relação comercial com os EUA.
- Produtos isentos de tarifas também foram afetados, contrariando expectativas.
- A antecipação de embarques não foi suficiente para mitigar as perdas causadas pelas tarifas.




