O Grupo Breithaupt, fundado em 1926 em Jaraguá do Sul (SC), pediu autofalência em setembro de 2025 após declarar ser “impossível continuar” as atividades. Com quase 100 anos de história, a empresa acumulava dívidas de R$ 35 milhões e enfrentava grave crise operacional.
- Pedido de autofalência apresentado à Justiça em setembro de 2025.
- Dívidas somam R$ 35 milhões, com operação deficitária de R$ 165 mil por mês.
- Grupo histórico do varejo catarinense encerra atividades após quase um século.
Por que o grupo decidiu encerrar suas atividades após quase um século?
O pedido de falência do Grupo Breithaupt foi resultado de uma crise prolongada, marcada pelo fracasso do plano de recuperação judicial iniciado em 2020. A empresa admitiu a completa impossibilidade de cumprir o cronograma de pagamentos aos credores, alegando inviabilidade econômica e patrimonial.
Com resultados mensais negativos e queda no faturamento, a rede afirmou que não havia condições de manter a estrutura operacional. Mesmo após medidas de contenção, o grupo concluiu que encerrar as atividades era a única forma de evitar prejuízos ainda maiores a credores e funcionários.

Quais fatores agravaram a crise e levaram ao pedido de autofalência?
A empresa relatou que o insucesso na captação de R$ 1,8 milhão junto a dois fundos de investimento agravou o cenário. As negociações foram interrompidas de última hora, eliminando a principal esperança de reforço financeiro para a continuidade do negócio.
- Queda no faturamento mensal para cerca de R$ 475 mil em 2025.
- Aumento de 47% nas dívidas extraconcursais desde o início da recuperação judicial.
- Desistência de investidores e ausência de novos aportes de capital.
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Como a Breithaupt tentou evitar a falência?
O grupo implementou uma série de medidas emergenciais para tentar reverter a situação, incluindo cortes de gastos, renegociações com fornecedores e a venda de ativos. Também buscou recuperar clientes e reduzir despesas administrativas e operacionais, mas os esforços se mostraram insuficientes diante do cenário econômico adverso.
Essas tentativas prolongaram o funcionamento da rede por alguns meses, mas não conseguiram restabelecer o equilíbrio financeiro. Com a inviabilidade de manter as lojas abertas, o pedido de autofalência tornou-se a saída mais prudente para minimizar danos financeiros.

O que representa o fim do Grupo Breithaupt para o varejo catarinense?
O encerramento do Grupo Breithaupt marca o fim de uma das empresas mais antigas do varejo de Santa Catarina. A rede chegou a operar 20 lojas e mais de 300 funcionários, além de negócios em supermercados, eletromóveis e shopping centers.
- Últimos meses registraram apenas três lojas ativas e 22 colaboradores.
- O encerramento encerra quase um século de atuação no setor de materiais de construção.
- O caso expõe os desafios de empresas tradicionais diante da concorrência digital e das mudanças no consumo.
Com o aval do Ministério Público e do administrador judicial favorável à falência, resta apenas a formalização da decisão. A história da Breithaupt se encerra como um símbolo das transformações e dificuldades do varejo brasileiro no século XXI.




