A doença de Alzheimer, considerada uma das principais causas de demência no mundo, pode ter sua progressão retardada com mudanças no estilo de vida. Segundo o neurologista Dr. Pedro Schestatsky (RQE 15773), um estudo publicado por Harvard demonstrou que hábitos diários como caminhada, alimentação natural, controle do estresse, convívio social e suplementação podem ter mais impacto do que os medicamentos tradicionais isoladamente.
Com mais de 800 mil seguidores no Instagram (@drpedroneuro), o médico explica que o estudo comparou dois grupos de pacientes com Alzheimer leve ou pré-Alzheimer. Um grupo recebeu apenas medicação convencional, enquanto o outro adotou cinco estratégias combinadas. O resultado foi surpreendente: o segundo grupo apresentou melhora dos sintomas e redução da progressão da doença em apenas 20 semanas.
Qual foi a metodologia do estudo conduzido por Harvard?
A pesquisa reuniu 400 voluntários com Alzheimer em estágio inicial ou em condição de pré-Alzheimer. Eles foram divididos em dois grupos. O primeiro grupo seguiu o tratamento tradicional, utilizando apenas medicamentos com eficácia estimada em 0,4%, segundo estudos anteriores. O segundo grupo adotou uma abordagem multidisciplinar, com cinco intervenções práticas e diárias.
Essas intervenções incluíam: caminhada de 30 minutos todos os dias, dieta rica em vegetais (com carne moderada), técnicas para reduzir o estresse (como meditação ou respiração), socialização três vezes por semana com suporte psicológico e uso de suplementos naturais como ômega 3, cúrcuma, coenzima Q10 e Lion’s Mane.
Quais foram os resultados após 20 semanas?
Os participantes que utilizaram somente medicação apresentaram uma piora significativa nos sintomas e na cognição. Já o grupo que seguiu as cinco intervenções integradas teve melhora clínica, com redução dos marcadores de progressão da doença. Os dados foram avaliados com base em escalas cognitivas e exames de acompanhamento.
Embora o estudo não tenha isolado qual das cinco ações foi mais eficaz, os autores concluíram que, em conjunto, essas práticas promovem efeitos positivos reais no cérebro. Isso reforça a ideia de que o tratamento do Alzheimer precisa ir além da farmacologia e incluir o cuidado com o estilo de vida.
O que significa estar em pré-Alzheimer?
O pré-Alzheimer é um estágio inicial, onde a pessoa começa a apresentar lapsos de memória recorrentes, dificuldade para lembrar nomes, perda de compromissos e a sensação constante de “síndrome da ponta da língua”. Essa fase é sutil, mas já indica alterações neurológicas que podem evoluir para demência se não forem tratadas.
Dr. Pedro destaca que esse é o melhor momento para intervir, pois ainda há reserva cognitiva suficiente para frear ou até reverter parte dos danos. Intervenções precoces aumentam a qualidade de vida e retardam o avanço da doença, mesmo em pacientes com predisposição genética.
Quais suplementos foram usados no estudo?
O protocolo incluiu oito suplementos: ômega 3, complexo B, cúrcuma, coenzima Q10, probióticos e Lion’s Mane (juba de leão). Esta última é uma substância natural extraída de cogumelos, conhecida por seu efeito neuroprotetor e estimulador de fatores de crescimento neuronal. Todos foram administrados em doses controladas e acompanhadas por equipe médica.

Os suplementos foram selecionados por suas propriedades anti-inflamatórias, antioxidantes e de suporte à função cerebral. Apesar de serem naturais, devem ser utilizados com acompanhamento profissional para garantir a eficácia e evitar interações medicamentosas.
A ciência pode confirmar qual dessas práticas é a mais importante?
Ainda não. O estudo deixa claro que o efeito positivo foi observado no conjunto das cinco ações. A ciência não conseguiu determinar qual delas isoladamente teve maior impacto, pois todas foram aplicadas simultaneamente. O importante, segundo Dr. Pedro, é que elas funcionam melhor juntas, como parte de uma rotina de cuidado integral.
Isso reforça a importância de uma abordagem multidisciplinar no tratamento e prevenção do Alzheimer, considerando o corpo, a mente e o ambiente social do paciente. Pequenas ações diárias, quando somadas, podem gerar resultados surpreendentes.
Fontes e links utilizados
- National Institutes of Health (NIH) – “Lifestyle Interventions in Early Alzheimer’s Disease”
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC10254630 - Perfil oficial do Dr. Pedro Schestatsky no Instagram
https://www.instagram.com/drpedroneuro