Para os trabalhadores brasileiros, o abono salarial é um direito importante que complementa a renda anual. Oferecido a quem recebe, em média, até dois salários mínimos mensais, o benefício visa apoiar financeiramente milhões de famílias. Em 2023, esse limite era de R$ 2.640,00, e espera-se que continue a desempenhar um papel significativo na economia das famílias de baixa renda. Além disso, o trabalhador deve estar cadastrado no PIS/PASEP há pelo menos cinco anos, o que ajuda a garantir que apenas aqueles com um vínculo estável com o mercado de trabalho tenham direito ao benefício.
Nos últimos anos, o abono salarial se tornou ainda mais relevante devido aos impactos econômicos persistentes causados por desafios socioeconômicos. Por isso, compreender seus critérios, cálculo, canais de consulta e formas de recebimento é fundamental para que cada trabalhador saiba como usufruir desse direito, planejando melhor o orçamento da família.
Quem tem direito ao abono salarial?

O benefício é reservado aos trabalhadores que receberam, em média, até dois salários mínimos mensais no ano-base considerado. Além disso, é preciso ter exercido atividade remunerada com carteira assinada por pelo menos 30 dias no ano-base e ter os dados corretamente informados pelo empregador na RAIS ou no eSocial dentro dos prazos estipulados.
Outro pré-requisito importante é o cadastro ativo no PIS/PASEP por pelo menos cinco anos, assegurando que os trabalhadores já tenham uma relação duradoura com o mercado de trabalho. Empregados domésticos, trabalhadores rurais e urbanos empregados por pessoa física não têm direito ao abono, conforme as regras vigentes.
Como é calculado o valor do abono salarial?
O valor do abono é proporcional ao número de meses trabalhados com registro formal no ano-base anterior ao pagamento. Em 2025, por exemplo, o cálculo será feito considerando o salário mínimo vigente de R$ 1.518,00. O trabalhador que esteve empregado por 12 meses recebe o valor total do abono; caso contrário, recebe um valor proporcional ao período trabalhado.
A cada mês trabalhado, corresponde a 1/12 do salário mínimo. Assim, quem trabalhou seis meses, por exemplo, recebe metade do valor integral. Essa proporcionalidade garante maior justiça na distribuição do benefício, alinhando o valor ao tempo efetivamente dedicado ao trabalho formal.
Prazos importantes para empregadores e trabalhadores
É fundamental que os empregadores informem corretamente e dentro do período legal os dados dos trabalhadores à RAIS, até 15 de maio de 2024, ou ao eSocial, até 19 de agosto de 2024, dependendo do regime de contratação. O não cumprimento desses prazos pode impedir o recebimento do abono.
Para os trabalhadores, a recomendação é conferirem, junto ao Recursos Humanos da empresa, se os dados cadastrais e informações sobre vínculos estão corretos e atualizados. Caso haja equívocos, deve-se solicitar correção o quanto antes para não comprometer o benefício.
Quais são os canais para verificar o benefício?
Existem diferentes formas de consultar a situação do abono salarial. O aplicativo Carteira de Trabalho Digital disponibiliza, de modo fácil e rápido, informações sobre o direito ao benefício e o valor a ser recebido. O portal Gov.br é outra alternativa digital que facilita o acompanhamento do trabalhador.
Além destes, é possível buscar atendimento através do telefone da Central Alô Trabalho, pelo número 158, garantindo suporte inclusive a quem tem limitações de acesso à internet. Ainda assim, o atendimento presencial nas agências do Ministério do Trabalho segue disponível para casos que exigem análise detalhada.
Como é realizado o pagamento do abono salarial?
A forma de pagamento é simplificada para os beneficiários que possuem conta ativa na Caixa Econômica Federal, pois recebem automaticamente por depósito em conta corrente ou poupança. Para clientes do Banco do Brasil, há possibilidade de transferência via PIX, TED ou até saque direto nas agências.
Trabalhadores sem contas em bancos públicos têm a opção de resgatar o valor em uma conta digital social, criada automaticamente pela Caixa para garantir a inclusão de todos no sistema bancário. Essa medida reduz a burocracia para quem precisa acessar o dinheiro rapidamente.
Impacto social e econômico do abono salarial
Segundo estimativa do governo, 25,8 milhões de brasileiros devem receber o abono em 2025, com um desembolso total de R$ 30,7 bilhões. Esse montante representa não apenas assistência direta às famílias, mas também fomenta o consumo interno, importante para a recuperação e crescimento da economia.
O abono salarial, portanto, vai além do caráter assistencial e torna-se instrumento de movimentação econômica, aquecendo setores do comércio e serviços, além de suavizar dificuldades financeiras enfrentadas por trabalhadores de baixa renda em períodos de instabilidade.
Dicas para não perder o direito ao abono salarial
Manter dados atualizados junto ao empregador é indispensável para assegurar o recebimento do abono. Verifique seu cadastro no PIS/PASEP, acompanhe comunicados internos da empresa e esteja atento aos prazos da RAIS e do eSocial.
Outra dica importante é utilizar os canais digitais mencionados para verificar sua situação sempre que possível. Dessa forma, é possível identificar eventuais pendências e procurar soluções a tempo, evitando problemas na liberação do benefício.