A dieta MIND tem ganhado destaque entre especialistas por sua influência direta na saúde cerebral. A Dra. Paula Pires Giacomini, endocrinologista formada pela USP (CRM 138809 / RQE 47818), explica que esse padrão alimentar não é apenas nutritivo, mas também uma ferramenta poderosa para preservar a memória e o raciocínio com o passar dos anos. Com mais de 15 anos de experiência na medicina e uma abordagem acessível nas redes sociais, a especialista destaca a importância de cuidar do cérebro com escolhas alimentares diárias.
Ao contrário das dietas restritivas, a proposta aqui é equilibrar o cardápio com ingredientes simples do dia a dia. Isso ajuda a retardar o declínio cognitivo e prevenir doenças neurodegenerativas, com base em estudos publicados em revistas científicas internacionais.
O que é a dieta MIND e por que protege a memória?
MIND é a sigla para Mediterranean-DASH Intervention for Neurodegenerative Delay, um protocolo alimentar que une duas abordagens cientificamente comprovadas: a dieta mediterrânea e a DASH. O objetivo é oferecer suporte à saúde do cérebro, estimulando a prevenção de doenças como o Alzheimer.
Segundo a Dra. Paula, isso acontece graças à presença de compostos antioxidantes, gorduras boas e nutrientes que atuam diretamente na proteção neuronal. Com essa combinação, o corpo ganha um suporte para manter a cognição ativa e a memória afiada com o envelhecimento.
Quais são os pilares alimentares dessa dieta?
Não se trata de seguir uma lista engessada, mas sim de fazer escolhas consistentes ao longo da semana. Alimentos como folhas verdes, leguminosas, azeite, castanhas, frutas e peixes são os mais recomendados. O segredo está em repetir esses ingredientes com regularidade, sem exageros.
A orientação é priorizar pratos feitos em casa, evitando ultraprocessados. A ideia é montar refeições que incluam, por exemplo, arroz integral com lentilha, acompanhados de vegetais e uma fonte de proteína leve, como frango ou sardinha.
Como aplicar a dieta MIND no cotidiano?
Mesmo com a rotina corrida, é possível adaptar os princípios da dieta ao dia a dia. Uma sugestão simples é substituir lanches industrializados por opções como frutas secas com castanhas. Outra ótima estratégia é incorporar saladas com folhas escuras nas principais refeições.
Caso a salada não seja seu forte, a Dra. Paula recomenda sucos verdes ou pratos quentes com espinafre, couve ou escarola refogados. Pequenas mudanças feitas de forma consistente trazem grandes benefícios à função cognitiva.
Por que esse padrão alimentar é o mais estudado para o cérebro?
Diferente de muitas modas alimentares, a dieta MIND se destaca por estar embasada em pesquisas sérias. Estudos publicados no Alzheimer’s & Dementia Journal demonstram que pessoas que aderem a esse estilo alimentar têm menor risco de desenvolver demência e perda de memória.

A combinação de nutrientes presentes nos alimentos recomendados é conhecida por reduzir a inflamação cerebral, combater radicais livres e apoiar o metabolismo neuronal. Isso ajuda a preservar a capacidade de aprendizado, a clareza mental e a prevenção do declínio cognitivo.
Alimentação e inteligência estão ligadas?
Sim. De acordo com a endocrinologista, o que você consome impacta diretamente sua capacidade de concentração, memória e raciocínio. Uma alimentação equilibrada não apenas protege contra doenças, mas potencializa o funcionamento do cérebro.
A mensagem principal é que é possível fortalecer a inteligência ao longo da vida por meio da comida. E isso não depende de suplementos ou produtos caros, mas sim de escolhas conscientes feitas à mesa todos os dias.
Está tudo comprovado? Onde encontrar as diretrizes?
Sim, a dieta MIND é reconhecida por instituições de renome como:
- Organização Mundial da Saúde (OMS) – https://www.who.int
- Ministério da Saúde – https://www.gov.br/saude
- PubMed – https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed
- Alzheimer’s Association – https://www.alz.org
- Harvard School of Public Health – https://www.hsph.harvard.edu
Essas fontes sustentam com evidências que o estilo alimentar MIND pode reduzir marcadores inflamatórios e retardar o avanço de doenças neurológicas.
Comer bem pode mesmo mudar o futuro?
De forma direta: sim. O que você escolhe comer influencia como seu cérebro vai se comportar com o passar do tempo. Mesmo que você já tenha histórico familiar de declínio cognitivo, ainda é possível interferir positivamente na sua saúde mental.
A Dra. Paula reforça que nunca é tarde para fazer melhores escolhas. Adotar um padrão alimentar consistente, prazeroso e cientificamente respaldado pode ser a chave para uma velhice mais ativa, com menos riscos e mais autonomia intelectual.




