A constipação intestinal crônica não é apenas um desconforto. Segundo o coloproctologista Dr. Fernando Lemos (CRM-RS 26351 | RQE 18202), o intestino preso é um sinal de alerta que nunca deve ser ignorado. Mais do que afetar o bem-estar, pode gerar sérios problemas intestinais e até risco cirúrgico.
Em seu perfil no Instagram @dr.fernando_lemos, ele ressalta a importância de reconhecer a disbiose intestinal como raiz de sintomas frequentes: inchaço, irritação, cansaço, alterações de humor e até dificuldade de ganho de massa muscular. O erro mais comum é normalizar o problema — quando, na verdade, há formas seguras e eficazes de revertê-lo.
O que é disbiose intestinal e por que ela prejudica tanto a saúde?
A disbiose é o desequilíbrio da microbiota intestinal — conjunto de trilhões de bactérias boas que vivem no intestino. Quando esse ecossistema se desequilibra, surgem sintomas digestivos como constipação, diarreia, estufamento, gases e intolerâncias alimentares.
Mas não para por aí: a flora intestinal também influencia a imunidade, o humor, o peso corporal e até a resposta inflamatória do organismo. Pessoas com disbiose podem apresentar mais cansaço, tristeza, falta de foco e até sintomas de ansiedade e depressão.
Segundo o Dr. Fernando, essa condição também dificulta a absorção de nutrientes, o que interfere na construção de massa magra, mesmo com treino e dieta. É como se o corpo estivesse em pane metabólica.
Intestino preso pode virar problema cirúrgico?
Sim. O médico alerta que a constipação não tratada pode levar a complicações graves. Mulheres, por exemplo, tendem a sofrer mais com o problema, e o acúmulo de fezes pode desencadear:
- Hemorroidas
- Fissuras anais
- Prolapso retal
- Megacólon (dilatação do intestino por retenção crônica)
- Angulações intestinais, que dificultam até mesmo a passagem do exame de colonoscopia.
Esses quadros não são apenas dolorosos: exigem tratamentos mais invasivos, como cirurgias.
Existe solução natural para intestino preso?
Segundo o Dr. Fernando Lemos, é possível lubrificar o intestino e restaurar o ritmo de evacuação sem recorrer a laxantes irritativos — que, aliás, podem agravar o problema a longo prazo. A chave está em:
- Restaurar a flora intestinal com probióticos adequados
- Aumentar a ingestão de fibras solúveis e insolúveis
- Garantir hidratação diária suficiente
- Usar protocolos específicos que respeitam o ritmo natural do corpo
Mudanças no estilo de vida, alimentação rica em vegetais e prática regular de atividade física também fazem parte do tratamento integrativo.
Constipação é sempre sinal de alerta?
Sim. Nenhum adulto deve aceitar como normal evacuar apenas duas ou três vezes por semana, sentir dor ou inchaço constante. A constipação persistente, além de comprometer a qualidade de vida, pode ser indicativo de doenças mais sérias, como síndrome do intestino irritável, disbiose profunda ou até alterações estruturais.

Se você se identifica com esses sintomas, o ideal é buscar avaliação com um coloproctologista e nunca se automedicar com laxantes por conta própria.
Fontes confiáveis utilizadas neste conteúdo
- Ministério da Saúde – Saúde intestinal e microbiota: https://www.gov.br/saude
- Sociedade Brasileira de Coloproctologia – Constipação crônica: https://sbcp.org.br
- Organização Mundial da Saúde (OMS) – Guia sobre saúde digestiva: https://www.who.int
- PubMed – Studies on gut microbiota and mental health: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov