Quando um ser humano é exposto diretamente ao vácuo do espaço, sem a proteção de um traje espacial, o corpo enfrenta condições extremas que diferem completamente das encontradas na Terra. A ausência de pressão atmosférica faz com que líquidos presentes nos tecidos e no sangue comecem a vaporizar rapidamente, um fenômeno conhecido como ebulição. Isso pode causar inchaço significativo em poucos segundos, já que os gases e líquidos internos se expandem sem o impedimento da pressão externa.
Além disso, a falta de oxigênio leva à perda de consciência em cerca de 15 segundos, pois o cérebro deixa de receber o suprimento necessário para funcionar. Apesar do que muitos imaginam, o corpo não explode instantaneamente, mas os danos são severos e ocorrem em um curto espaço de tempo. A exposição prolongada ao vácuo resulta em danos irreversíveis aos órgãos e tecidos.
Como a ausência de pressão afeta os fluidos corporais?
No espaço, a pressão atmosférica é praticamente nula, o que provoca mudanças drásticas nos fluidos corporais. O sangue, por exemplo, pode começar a formar bolhas devido à redução da pressão, um processo chamado descompressão. Isso compromete o transporte de oxigênio e nutrientes para as células, agravando ainda mais a situação do organismo.
Os olhos e a saliva também sofrem com a falta de pressão. A umidade presente nessas regiões evapora rapidamente, causando ressecamento e desconforto intenso. A pele, apesar de elástica, não é suficiente para conter totalmente a expansão dos gases internos, o que pode levar a lesões e rupturas microscópicas.

Quais são os efeitos da radiação espacial no corpo humano sem traje?
Sem a proteção de um traje espacial, o corpo humano fica vulnerável à radiação cósmica e aos raios ultravioleta emitidos pelo Sol. Essa exposição intensa pode causar queimaduras graves na pele em questão de segundos, além de danificar o DNA das células. O risco de mutações e desenvolvimento de doenças aumenta consideravelmente nessas condições.
Além das queimaduras, a radiação pode afetar órgãos internos, especialmente aqueles mais sensíveis, como olhos e pulmões. A exposição prolongada à radiação cósmica pode resultar em efeitos crônicos, como câncer, mas em situações de exposição aguda, o impacto imediato é o maior perigo.
O que acontece com a respiração e o sistema circulatório no espaço?
Ao ser exposto ao vácuo, o ar presente nos pulmões se expande rapidamente. Se a pessoa tentar prender a respiração, os alvéolos pulmonares podem se romper, causando lesões graves. A rápida perda de oxigênio leva à hipóxia, um estado em que o corpo não recebe oxigênio suficiente para manter as funções vitais.
O sistema circulatório também é afetado pela ausência de pressão. O sangue pode começar a ferver a temperaturas normais do corpo, devido à baixa pressão, comprometendo a circulação e levando rapidamente à falência dos órgãos. Esses efeitos tornam a sobrevivência sem traje espacial praticamente impossível.
Existe alguma chance de sobrevivência após exposição ao espaço sem traje?
Apesar dos riscos extremos, estudos indicam que uma exposição muito breve ao vácuo do espaço, de até 30 segundos, pode ser reversível se houver resgate imediato. Nesses casos, é possível evitar danos permanentes, desde que a pessoa seja rapidamente reoxigenada e tratada para os efeitos da descompressão. Curiosamente, testes com animais realizados no passado mostraram que a rápida recompressão e oferta de oxigênio permitiram a recuperação sem sequelas graves.
No entanto, períodos mais longos resultam em danos irreparáveis ao cérebro, pulmões e outros órgãos vitais. A recuperação torna-se improvável, mesmo com atendimento médico avançado. Por isso, o uso de trajes espaciais é considerado indispensável para qualquer atividade fora de uma nave ou estação espacial.