O uso de óleo de coco para candidíase tem chamado atenção de muitas mulheres que buscam alternativas naturais para lidar com infecções fúngicas recorrentes. Segundo o médico Dr. Hussein Awada (CRM-SP 177707), essa pode ser uma opção viável desde que aliada a uma mudança fundamental na alimentação: a retirada do açúcar.
Com quase 2 milhões de seguidores em suas redes sociais, o Dr. Hussein compartilha abordagens integrativas para prevenção e tratamento de doenças, incluindo a candidíase. Em uma de suas falas, ele ensina como interromper o ciclo de infecção e sugere o uso do óleo de coco extra virgem tanto por via oral quanto vaginal. Mas o que diz a ciência sobre isso?
Por que o açúcar influencia na candidíase?
O Dr. Hussein destaca que o principal fator que alimenta o fungo Candida albicans é o consumo de açúcar. Quando há excesso de glicose no sangue e nos fluídos corporais, o ambiente se torna ideal para a proliferação do fungo, dificultando a eliminação completa da infecção.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda limitar o consumo de açúcares livres a menos de 10% das calorias diárias totais. Isso não apenas ajuda na prevenção de doenças crônicas como também contribui para manter o equilíbrio da microbiota, reduzindo as chances de crescimento fúngico como o da Candida.
Óleo de coco para candidíase realmente funciona?
Segundo o médico, o óleo de coco contém ácido láurico, que ao entrar em contato com o pH vaginal ácido se transforma em uma substância chamada monolaurina. Esta possui propriedades antifúngicas, antivirais e antibacterianas que podem auxiliar no combate à Candida albicans.

Estudos laboratoriais confirmam que a monolaurina apresenta ação contra fungos, incluindo o Candida albicans, inibindo seu crescimento em concentrações específicas. Embora essas evidências sejam promissoras, a maioria delas foi conduzida in vitro ou em modelos animais, sem testes clínicos definitivos em humanos para o uso vaginal do óleo de coco.
Como o óleo de coco pode ser usado de forma segura?
Dr. Hussein orienta o uso intravaginal do óleo de coco por meio de um absorvente interno (OB) embebido no produto, durante 15 noites consecutivas. Ele também recomenda o consumo oral de uma colher de sopa de óleo de coco três vezes ao dia, por dez dias. O objetivo é combater a infecção de dentro para fora e impedir a recorrência.
Apesar da prática relatada por muitas mulheres nas redes sociais, é fundamental lembrar que não há estudos clínicos que confirmem a eficácia e a segurança dessa forma de aplicação vaginal em humanos. Por isso, recomenda-se sempre consultar um ginecologista antes de iniciar qualquer tratamento alternativo.
Quais são os benefícios e riscos do uso oral?
A ingestão do óleo de coco também tem sido associada a possíveis benefícios antifúngicos, já que parte do ácido láurico pode ser convertido em monolaurina no organismo. No entanto, essa conversão depende de diversos fatores metabólicos e ainda não há consenso sobre doses terapêuticas específicas.
O uso moderado de óleo de coco na alimentação é considerado seguro por autoridades como a FDA, mas não é reconhecido como tratamento médico. O ideal é que seu uso seja complementar e sempre orientado por um profissional da saúde, especialmente em casos recorrentes de candidíase.
A mudança alimentar é indispensável?
Um dos principais pontos levantados por Dr. Hussein é que não adianta tratar a candidíase se a pessoa continua alimentando o fungo com açúcar. Essa mudança de hábito alimentar é fundamental para evitar a recorrência da infecção, que é muito comum em mulheres que não ajustam sua dieta.
A OMS reforça que a redução do açúcar tem impactos positivos na imunidade, no controle de inflamações e na estabilidade da microbiota intestinal e vaginal. Ou seja, além do possível uso do óleo de coco, a base para o sucesso do tratamento continua sendo a alimentação equilibrada.
E se eu quiser tentar esse método?
Quem deseja experimentar o uso de óleo de coco como complemento para o controle da candidíase deve conversar com seu ginecologista. Embora existam evidências laboratoriais que apoiem o uso da monolaurina contra a Candida albicans, não há estudos conclusivos em humanos sobre sua aplicação vaginal direta.
O mais importante é adotar uma abordagem combinada: alimentação com pouco açúcar, uso de antifúngicos convencionais quando necessário, e sempre monitoramento médico. A automedicação, mesmo com produtos naturais, pode mascarar sintomas e atrasar tratamentos adequados.
Onde encontro estudos confiáveis sobre esse tema?
Para garantir informações seguras, foram consultadas fontes oficiais e científicas:
- Organização Mundial da Saúde (OMS) – Diretrizes sobre consumo de açúcares:
https://www.who.int/publications/i/item/9789241549028 - OMS – Tratamentos recomendados para infecções vaginais:
https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/sexually-transmitted-infections-(stis) - Estudo sobre efeito da monolaurina contra Candida albicans:
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/23926775/ - Revisão sobre ação antifúngica do óleo de coco e ácido láurico:
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC9054551/ - Comparação entre óleo de coco e clotrimazol in vitro:
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7395931/ - Estudo com modelo animal demonstrando ação da monolaurina:
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/29573293/ - Perfil oficial do Dr. Hussein Awada no Instagram:
https://www.instagram.com/drhusseinawada/