O município de Mariana, localizado na região Central de Minas Gerais, deve receber a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta semana. A presença do chefe do Executivo federal está relacionada ao anúncio de investimentos e obras financiadas com recursos provenientes do acordo de repactuação firmado para reparar os danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão, ocorrido em 2015. Esta será a quarta visita de Lula ao estado de Minas Gerais em 2025, evidenciando a importância da região no cenário nacional.
A expectativa é que o presidente anuncie uma série de ações voltadas para a reconstrução e desenvolvimento de Mariana e cidades vizinhas. Entre as principais iniciativas previstas estão melhorias em infraestrutura, saúde, educação e assistência social, utilizando parte dos recursos que a União tem direito no acordo de repactuação. Mesmo sem a adesão formal de Mariana ao acordo, o governo federal planeja destinar investimentos significativos ao município.
Quais são os investimentos previstos para Mariana?
Entre as obras aguardadas, destaca-se a possível construção de um hospital universitário vinculado à Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). A proposta visa ampliar a oferta de serviços de saúde na região e fortalecer a formação acadêmica dos estudantes dos cursos de medicina, nutrição e outras áreas da saúde. Além disso, estão previstas intervenções em unidades básicas de saúde, expansão de institutos federais de educação e projetos ambientais e sociais.
Segundo informações do prefeito de Mariana, Juliano Duarte, representantes do Ministério da Saúde, Ministério da Educação, Casa Civil, UFOP e de uma empresa especializada em construção de hospitais universitários visitaram a cidade para avaliar áreas que poderão receber o novo empreendimento. A iniciativa busca atender uma demanda antiga da população local e dos estudantes universitários, que atualmente não contam com um hospital universitário na cidade.

Como funciona o acordo de repactuação do rompimento da barragem?
O acordo de repactuação foi firmado em março de 2025 por 26 das 49 cidades elegíveis dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo. O objetivo principal é garantir a reparação dos danos causados pelo desastre ambiental, destinando recursos para obras e ações que promovam a recuperação das áreas afetadas. A União, como parte do acordo, tem direito a uma parcela dos recursos, que serão aplicados em projetos estratégicos nas regiões atingidas.
- Saúde: Construção e melhoria de hospitais e unidades básicas.
- Educação: Investimentos em institutos federais e universidades.
- Habitação: Projetos de moradias populares, como o programa Minha Casa Minha Vida.
- Meio ambiente: Ações de recuperação ambiental e prevenção de novos desastres.
- Assistência social: Apoio a famílias impactadas pelo rompimento da barragem.
Embora Mariana não tenha aderido formalmente ao acordo, o entendimento do governo federal é de que o Sistema Único de Saúde (SUS) é universal e, portanto, todos os municípios da bacia do Rio Doce devem ser contemplados com recursos para a área da saúde.
Quais outras ações estão previstas para a região?
Além do hospital universitário, a agenda do presidente Lula inclui o anúncio de investimentos em educação, com destaque para a ampliação de institutos federais e a oferta de novos cursos superiores. Também está em análise a construção de casas populares por meio do programa Minha Casa Minha Vida, atendendo a uma demanda histórica da população de Mariana.
- Visita técnica para avaliação de áreas destinadas a novos empreendimentos.
- Articulação entre governo federal, prefeitura e universidades para definição de projetos prioritários.
- Liberação de recursos do acordo de repactuação para obras e ações sociais.
- Monitoramento e fiscalização das intervenções realizadas na região.
A programação oficial da visita presidencial será definida em conjunto com autoridades locais, incluindo o prefeito de Mariana. A expectativa é que os anúncios tragam avanços significativos para a cidade e contribuam para a reconstrução e desenvolvimento sustentável da região afetada pelo desastre ambiental.
Como a população de Mariana pode participar das decisões?
O envolvimento dos moradores de Mariana é considerado fundamental para que os investimentos atendam às reais necessidades da cidade. Serão promovidas audiências públicas e reuniões entre representantes da população, do poder público e de instituições envolvidas no acordo de repactuação, permitindo que os cidadãos opinem sobre as prioridades e acompanhem a execução das obras.
Quais são os desafios para a recuperação ambiental da região?
Entre os principais desafios enfrentados pela região após o desastre ambiental estão a recomposição das áreas degradadas, a garantia da segurança hídrica e o restabelecimento da biodiversidade local. Autoridades ambientais e especialistas destacam a importância da fiscalização contínua, da destinação correta dos recursos e do acompanhamento próximo das ações para assegurar a efetividade das medidas propostas para recuperação do Rio Doce e áreas adjacentes.