Nos últimos anos, os super tênis têm revolucionado o mundo das corridas de rua e maratonas. A combinação de uma placa de carbono com espuma ultraleve e responsiva tem permitido que corredores alcancem marcas históricas. No entanto, junto com o aumento do desempenho, surgiram preocupações sobre lesões associadas ao uso desses calçados inovadores.
A inovação principal dos super tênis reside na espuma supercrítica, desenvolvida através de um processo físico que envolve a inserção de gases como CO₂ ou nitrogênio em polímeros sob altas pressões e temperaturas. Essa técnica resulta em uma estrutura de microcélulas que é altamente elástica, leve e capaz de absorver e devolver energia de forma eficiente. Essa tecnologia está presente em modelos populares tanto no mercado nacional quanto internacional.
Quais são os riscos associados aos super tênis?
Embora os super tênis ofereçam vantagens significativas em termos de desempenho, eles não estão isentos de riscos. A deformação da espuma durante a corrida pode causar instabilidade, especialmente em corredores com pisada pronada ou supinada. Além disso, a placa rígida presente na entressola pode aumentar o torque articular, exacerbando desalinhamentos dinâmicos durante a corrida.
Estudos de biomecânica indicam que corredores com instabilidade na pisada experimentam maiores deslocamentos mediolaterais do retropé ao usar tênis com entressola macia e placa rígida, o que pode elevar o risco de lesões. Além disso, o aumento da força de reação do solo e das cargas articulares em tênis com maior retorno de energia é uma preocupação adicional.
Quem deve ter cautela ao usar super tênis?
É crucial identificar quais corredores podem se beneficiar dos super tênis e quais devem usá-los com cautela. Indivíduos com pisada excessivamente pronada ou supinada, histórico de entorses, dor femoropatelar, tendinopatias do tibial posterior ou fibular curto, ou instabilidade funcional no tornozelo devem ser avaliados cuidadosamente antes de adotar esse tipo de calçado.

Para esses corredores, a adaptação é fundamental. O uso de tênis com alta instabilidade requer maior controle neuromuscular e fortalecimento dos estabilizadores. Exercícios que fortalecem o core, os músculos do quadril e os estabilizadores do tornozelo são essenciais para reduzir o risco de lesões.
Como integrar os super tênis de forma segura?
A estratégia mais segura para integrar os super tênis no treinamento é alternar seu uso com modelos mais estáveis. Reservar os tênis com placa e espuma supercrítica para sessões específicas e competições pode ajudar a colher os benefícios da tecnologia sem sobrecarregar o sistema musculoesquelético.
Além disso, algumas pessoas podem precisar de adaptações adicionais, como o uso de órteses ou palmilhas. Em casos de lesões recorrentes, intervenções mais invasivas, como cirurgias, podem ser necessárias para corrigir deformidades.
Como concluir o uso dos super tênis em corridas?
Os super tênis representam uma inovação significativa no mundo das corridas, mas seu uso deve ser acompanhado de precauções. A tecnologia, sem o suporte de uma biomecânica adequada, pode representar riscos. Portanto, a alta performance exige não apenas tecnologia, mas também controle e estabilidade, que são construídos através de um treinamento adequado e fortalecimento muscular.