Uma medida histórica promete transformar o acesso à saúde no Brasil. O Governo Federal lançou uma estratégia inédita de integração entre o Sistema Único de Saúde (SUS) e a rede privada, com o objetivo de reduzir drasticamente o tempo de espera para consultas, exames e tratamentos — especialmente em casos graves, como o câncer.
Com a nova abordagem, o SUS passará a utilizar equipamentos ociosos de hospitais privados para acelerar atendimentos. O foco principal é salvar vidas com agilidade e dignidade, oferecendo exames e terapias especializadas sem custos para os pacientes.
Diagnóstico em 30 dias e início do tratamento em até 60
A nova diretriz do Ministério da Saúde pretende garantir que todos os pacientes oncológicos tenham o diagnóstico concluído em até 30 dias e que o início do tratamento ocorra dentro de 60 dias, conforme determina a Lei nº 12.732/2012. Segundo o ministro Alexandre Padilha, o sistema está sendo redesenhado para que nenhum brasileiro morra esperando por atendimento.
Além disso, o governo planeja criar centros de agendamento integrados e acesso digital ao histórico do paciente, permitindo que exames e laudos circulem entre profissionais da rede pública e privada com maior fluidez.
Hospitais de referência entram na linha de frente
Instituições renomadas como o A.C.Camargo Cancer Center e o Hospital Sírio-Libanês já iniciaram conversas com o Ministério da Saúde. Esses centros, reconhecidos pela excelência em oncologia, irão atuar diretamente no atendimento a pacientes do SUS, com financiamento público.
A utilização de plataformas digitais e inteligência artificial será fundamental para triagens mais precisas e encaminhamentos rápidos. A parceria também prevê a criação de protocolos unificados, para padronizar o atendimento em todo o país.

Foco é zerar filas acumuladas desde a pandemia
A proposta surge como resposta à demanda reprimida deixada pela pandemia de covid-19, que paralisou milhares de procedimentos eletivos e agravou o quadro de doenças crônicas. Com a falta de médicos especialistas no SUS, a rede ficou sobrecarregada. Agora, com o apoio do setor privado, o governo prevê zerar a fila de espera até o fim de 2025.
Segundo estimativas, mais de 1,2 milhão de exames e cirurgias estão pendentes. A meta é priorizar pacientes em estado grave e ampliar gradualmente a capacidade do sistema.
Mais Acesso a Especialistas será o motor da transformação
Criado em 2023, o programa Mais Acesso a Especialistas será a espinha dorsal dessa nova fase. A iniciativa foca no uso de telemedicina, agendamentos centralizados e integração digital para acelerar atendimentos. A expansão inclui convênios com universidades, hospitais de ensino e clínicas privadas, criando uma rede mista com maior capilaridade.
Um estudo da Faculdade de Medicina da USP revelou que mais de 65% dos especialistas atuam exclusivamente na rede privada. A estratégia do governo é redistribuir esse potencial, garantindo equidade no acesso à saúde e reduzindo as desigualdades regionais.