Pela primeira vez em uma década, o Google caiu abaixo dos 90% de participação no mercado global de buscas, segundo dados recentes do StatCounter. Atualmente, a gigante das buscas detém 89,71% de market share, somando todas as plataformas. Apesar de parecer modesta, essa queda representa milhões de usuários migrando para alternativas.
Essa mudança reflete não apenas uma transformação tecnológica, mas também uma mudança de comportamento do consumidor e o impacto direto de regulações mais rígidas, como a Lei dos Mercados Digitais da União Europeia.
O que está por trás da fuga de usuários?
A queda do Google está sendo impulsionada por fatores múltiplos e interligados. A demanda crescente por mais privacidade digital tem levado usuários a escolher buscadores como DuckDuckGo ou Brave Search, que prometem menor rastreamento e mais transparência.
Além disso, a ascensão de assistentes de IA como o ChatGPT e Copilot está mudando a forma como as pessoas buscam informações, oferecendo respostas instantâneas e eliminando a necessidade de navegar por dezenas de links.

União Europeia acelera mudança de cenário
A regulamentação europeia foi um divisor de águas. A exigência de que usuários escolham seus buscadores preferidos ao configurar dispositivos levou a uma queda drástica da participação do Google na Europa, de 87,08% para 77,78% em apenas três anos.
Essa abertura para buscadores concorrentes está permitindo ganhos significativos de market share para outras plataformas, especialmente em mercados onde a privacidade digital está em alta.
IAs generativas mudam o jogo das buscas
Ferramentas baseadas em IA estão redesenhando a experiência de busca online. Ao fornecerem respostas completas e contextuais, elas evitam o tráfego tradicional de cliques em links — modelo central do Google.
Além disso, críticas à qualidade dos resultados do Google têm se intensificado. Muitos usuários relatam que as primeiras páginas estão saturadas de conteúdo otimizado apenas para SEO, com pouca utilidade real.
O domínio móvel ainda é do Google — por enquanto
Nos dispositivos móveis, o Google segue soberano com 94% de participação. Isso se deve à ausência de exigência, por parte da legislação, de escolha de buscadores em navegadores como Safari e Samsung Internet, que mantêm o Google como padrão.
Essa vantagem garante ao Google uma base sólida de usuários móveis, mesmo sob pressão crescente nos desktops e nos mercados regulados.