Com o avanço acelerado da inteligência artificial, um novo desafio surge nas redes sociais: os deepfakes médicos. Usuários do TikTok, em particular, estão sendo enganados por supostos “especialistas” que, na verdade, são avatares gerados por IA. Esses avatares disseminam conselhos de saúde sem qualquer embasamento científico, colocando em risco a saúde dos espectadores.
Vídeos de “médicos” prometendo dietas milagrosas, dicas estéticas duvidosas e soluções alternativas para problemas de saúde estão se multiplicando na plataforma. Essa tendência levanta preocupações sobre a disseminação de desinformação e os potenciais danos à saúde pública.
Como a tecnologia está sendo usada para enganar
Os deepfakes médicos são criados por aplicativos como o Captions, que permite a geração de vídeos realistas com personagens sintéticos. Essa ferramenta já produziu milhões de vídeos e, segundo criadores de conteúdo, está sendo usada para espalhar desinformação de forma alarmante. Os avatares gerados são convincentes o suficiente para enganar muitos usuários, especialmente aqueles que não estão familiarizados com as nuances da tecnologia.
Especialistas em tecnologia, como o influenciador Javon Ford, têm alertado sobre sinais de que um vídeo pode ser falso. Movimentos labiais descoordenados, olhos sem expressividade e falas genéricas são algumas das pistas que podem indicar um deepfake. Além disso, esses “médicos virtuais” frequentemente promovem produtos ou soluções sem qualquer comprovação científica, aumentando o risco de desinformação.

Como identificar um deepfake médico?
Identificar um deepfake médico pode ser desafiador, mas existem algumas dicas que podem ajudar. Primeiro, é importante observar a coordenação entre a fala e os movimentos labiais. Desajustes podem indicar que o vídeo é gerado por IA. Segundo, preste atenção aos olhos do personagem; a falta de expressividade pode ser um sinal de que se trata de um avatar.
Além disso, verifique a credibilidade das informações apresentadas. Pesquise se o “especialista” possui qualificações reais e se as dicas fornecidas têm respaldo científico. Por fim, desconfie de soluções milagrosas ou produtos promovidos sem evidências concretas.
O papel das redes sociais na prevenção de golpes
Apesar das diretrizes do TikTok e de outras redes sociais proibirem conteúdos que simulam fontes médicas falsas, muitos desses perfis continuam ativos. Mesmo após algumas contas terem sido banidas, novas surgem rapidamente, demonstrando a dificuldade das plataformas em conter esse tipo de golpe. As redes sociais precisam aprimorar seus mecanismos de detecção e remoção de conteúdos enganosos para proteger seus usuários.
Além disso, é crucial que os usuários sejam educados sobre os riscos dos deepfakes e como identificá-los. A conscientização é uma ferramenta poderosa na luta contra a desinformação e pode ajudar a mitigar os efeitos negativos desses vídeos.
O futuro dos deepfakes e a saúde pública
À medida que a tecnologia de deepfake continua a evoluir, a necessidade de regulamentação e educação se torna ainda mais urgente. Governos e plataformas de mídia social devem trabalhar juntos para desenvolver políticas eficazes que protejam o público de informações enganosas. Além disso, a educação sobre literacia digital deve ser promovida para que os usuários possam navegar no mundo digital com segurança.
O combate aos deepfakes médicos é um desafio contínuo, mas com esforços coordenados, é possível minimizar seus impactos e garantir que as redes sociais sejam um espaço seguro e informativo para todos.