O salário mínimo em 2025 foi reajustado para R$ 1.518, um aumento de 7,5% em relação ao ano anterior. Embora o número aparente ser positivo, ele não acompanha o custo real de vida da população. Com preços subindo e serviços básicos cada vez mais caros, o valor ainda está longe de garantir dignidade à maioria dos trabalhadores.
Entenda como o reajuste é calculado
O aumento do salário mínimo considera dois fatores principais: a inflação medida pelo INPC e o crescimento do PIB de dois anos anteriores. Em 2025, a inflação de 2024 e o desempenho da economia em 2023 foram usados como base. A regra atual limita o reajuste ao crescimento de até 2,5% do PIB, o que restringe aumentos mais significativos.
Os descontos que reduzem seu salário real
Apesar do valor bruto de R$ 1.518, o trabalhador que recebe o salário mínimo não vê esse dinheiro inteiro na conta. São descontados INSS, vale-transporte, empréstimos e outros encargos, o que pode reduzir o valor líquido em até 20%. Para piorar, mesmo isento do Imposto de Renda, o custo de vida consome quase todo o rendimento de quem ganha o mínimo.

Um salário que não paga nem o básico
Segundo o Dieese, o salário mínimo ideal para suprir as necessidades de uma família deveria ultrapassar os R$ 6.000. Isso inclui moradia, alimentação, saúde, educação e transporte. O valor atual cobre apenas uma fração desses itens. Na prática, quem vive com o mínimo precisa cortar gastos essenciais, endividar-se ou buscar bicos para complementar a renda.
Salário mínimo regional: solução ou novo problema?
Estados como São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná adotam um salário mínimo regional, superior ao nacional, com base no custo de vida local. Essa diferenciação permite maior justiça salarial, mas também cria desequilíbrios econômicos e pressiona empresas com atuação nacional. A discussão sobre um salário mais realista segue sem solução definitiva.