Com o avanço da tecnologia, os golpes digitais se tornaram uma ameaça constante para pessoas de todas as idades. A facilidade de acesso à internet e a popularização dos smartphones ampliaram as oportunidades para criminosos aplicarem fraudes, como a que quase vitimou dona Maria Antônia de Castro. Aos 80 anos, a costureira quase caiu em um golpe ao acreditar que estava ajudando sua filha, após receber uma mensagem falsa no WhatsApp.
Os golpistas utilizam fotos de perfil e mensagens convincentes para enganar as vítimas, pedindo transferências bancárias. Dona Antônia, por exemplo, recebeu uma mensagem aparentemente de sua filha, pedindo desesperadamente que ela fosse ao banco realizar um pagamento urgente de R$ 1.800. A foto de perfil no WhatsApp parecia ser de sua filha, o que eliminou suas suspeitas iniciais. No entanto, a intervenção de um atendente de banco evitou que ela transferisse o dinheiro para os criminosos. Este tipo de golpe é um dos mais comuns e mostra como a tecnologia, apesar de facilitar a vida, também pode ser usada de forma maliciosa.
Como funcionam os golpes no WhatsApp?
Os golpes no WhatsApp geralmente começam com a clonagem do número de telefone ou a criação de um perfil falso usando a foto de alguém conhecido da vítima. Em seguida, os criminosos enviam mensagens urgentes, pedindo dinheiro ou informações pessoais. A confiança é estabelecida rapidamente, pois a vítima acredita estar conversando com um amigo ou familiar.
Além disso, os estelionatários podem se passar por representantes de bancos ou lojas, simulando análises de compras ou problemas com contas bancárias. O objetivo é sempre o mesmo: obter dados pessoais ou financeiros das vítimas. Segundo a Federação Brasileira de Bancos, esses tipos de golpe estão entre os mais relatados às instituições financeiras.

Quais são os sinais de alerta?
Identificar um golpe digital pode ser desafiador, mas existem sinais de alerta que podem ajudar. Mensagens que pedem urgência em transferências de dinheiro ou que solicitam informações pessoais devem ser vistas com desconfiança. Se houver qualquer dúvida, é importante interromper a conversa e verificar a autenticidade da solicitação diretamente com a pessoa ou instituição envolvida. “Se for um familiar, ligue diretamente para ele”, alertou Oscar Antonangelo, especialista em segurança digital.
Outro sinal de alerta é o aquecimento excessivo do celular. Isso pode indicar que o dispositivo está sendo usado para atividades não autorizadas, como mineração de dados. “Eles utilizam o hardware do celular, o equipamento, para fazer alguma coisa. Por isso ele esquenta”, explicou Antonangelo. O especialista recomenda atenção a esses sinais e a adoção de medidas de segurança, como o uso de senhas fortes e a verificação em duas etapas.
Como proteger-se dos golpes digitais?
Para se proteger dos golpes digitais, é essencial adotar práticas de segurança cibernética. Isso inclui manter o software do celular atualizado, usar aplicativos de segurança e evitar clicar em links suspeitos. Além disso, é importante educar-se sobre as táticas comuns usadas por golpistas e compartilhar essas informações com amigos e familiares.
Outra medida preventiva é a verificação em duas etapas, que adiciona uma camada extra de segurança às contas online. Essa ferramenta exige uma segunda forma de autenticação, além da senha, dificultando o acesso não autorizado. Manter-se informado sobre as últimas ameaças digitais também é crucial para evitar ser vítima de fraudes.
O impacto dos golpes digitais na sociedade
Os golpes digitais não afetam apenas as finanças das vítimas, mas também causam danos emocionais significativos. A sensação de violação e a perda de confiança na tecnologia podem ser devastadoras. Dona Antônia, por exemplo, relatou sua frustração após a tentativa de golpe: “Eu me senti chateada, porque a gente trabalha tanto, com tanto sacrifício, e dá de mãos beijadas uma importância para esses caras que não estão fazendo nada, somente explorando a humanidade”.
Os crimes cibernéticos contribuem para a sobrecarga dos sistemas de segurança e das instituições financeiras, que precisam investir constantemente em novas tecnologias para proteger seus clientes. A experiência de dona Antônia serve como um lembrete da importância de estar sempre vigilante e informado. Ao compartilhar sua história, ela ajuda a conscientizar outras pessoas sobre os perigos dos golpes digitais e a necessidade de adotar medidas preventivas para se proteger.