Hell of a Summer chegou aos cinemas americanos no início de abril e virou uma espécie de marco na conversa sobre jovens realizadores no cinema de terror. O filme, dirigido por Finn Wolfhard e Billy Bryk, conquistou 50% de aprovação no Rotten Tomatoes, um resultado que pode parecer modesto, mas que esconde uma discussão muito mais interessante sobre autenticidade e representação geracional no cinema.
A dupla não estava brincando quando decidiu investir neste projeto. Wolfhard, de 22 anos, e Bryk, de 25, começaram a escrever o roteiro ainda adolescentes, numa época em que suas referências cinematográficas ainda estavam se formando. O que resultou disso foi um slasher que consegue ser nostálgico e contemporâneo ao mesmo tempo.
Críticos apontam diversão, mas destacam limitações do filme
Embora Hell of a Summer não tenha impressionado unanimemente, alguns críticos enxergam potencial na dupla de diretores e no elenco. Segundo Valerie Complex, do Deadline, o filme se destaca por seu time de atores e pela direção inovadora:
“Hell of a Summer conta com um elenco brilhante e dois diretores em ascensão que demonstram um imenso potencial.”
Já Jourdain Searles, do The Hollywood Reporter, acredita que, apesar das limitações do filme, ele desperta curiosidade sobre os próximos projetos da dupla:
“Talvez seja o suficiente que Hell of a Summer nos deixe ansiosos, nos perguntando o que Bryk e Wolfhard vão fazer a seguir.”
Por outro lado, algumas análises apontam que o filme falha em entregar um terror slasher impactante. Meagan Navarro, do Bloody Disgusting, destacou que a direção é competente na construção dos personagens, mas peca na execução do terror:
“Os antecedentes dos diretores como atores se traduzem em um elenco de performances divertidas e animadas, embora sua estreia seja menos eficaz em termos de forma e emoções típicas de slasher.”
Uma homenagem aos slashers dos anos 80 ou apenas um tributo genérico
A proposta de Hell of a Summer é clara: resgatar a essência dos clássicos slashers dos anos 80, adicionando um toque de humor. No entanto, algumas críticas sugerem que a homenagem não é tão bem-sucedida quanto o esperado.
Jesse Hassenger, do Paste Magazine, considerou o filme divertido, mas pouco original:
“A dupla jovem fez um filme levemente divertido, um tanto amador, que no final das contas é menos uma homenagem e mais um lembrete em formato de post-it: Lembre-se de pegar um híbrido de comédia e slasher dos anos 80 para o jantar.”
Já Nate Richard, do Collider, elogiou a iniciativa, destacando que a estreia da dupla de diretores tem espaço para crescer:
“Embora não seja o filme de terror mais original, esta jovem dupla de diretores mostra que há muito a ser explorado em sua estreia no longa-metragem.”
Trama apresenta um acampamento aterrorizante e um assassino mascarado
A história de Hell of a Summer segue Jason Hochberg, um jovem de 24 anos que aceita um trabalho como conselheiro no Acampamento Pineway. Inicialmente, seu maior desafio parece ser se enturmar com os colegas adolescentes, mas o verão se transforma em um pesadelo sangrento quando um assassino mascarado começa a matar a equipe, um por um.
O filme aposta em uma ambientação nostálgica e em elementos clássicos do subgênero slasher, como:
- Cenário isolado: O acampamento funciona como um palco perfeito para o terror.
- Assassino mascarado: O mistério em torno da identidade do vilão mantém a tensão ao longo do filme.
- Elenco jovem e carismático: A interação entre os personagens adiciona um tom descontraído à trama.
O longa conta com um elenco promissor, incluindo Billy Bryk, Fred Hechinger, D’Pharaoh Woon-A-Tai, Abby Quinn e Pardis Saremi. Além disso, Bryk também assina o roteiro e divide a direção com Wolfhard.

Expectativas para o lançamento e futuro da dupla de diretores
Apesar das críticas divididas, Hell of a Summer marca a estreia de Finn Wolfhard e Billy Bryk como diretores de longa-metragem, e muitos especialistas enxergam potencial no estilo da dupla.
Jason Shawhan, do Nashville Scene, destacou que a produção não se limita a um slasher genérico:
“A estreia no longa-metragem da equipe de roteiristas, diretores e atores Billy Bryk e Finn Wolfhard não é uma reciclagem nem um slasher genérico.”
O filme chega aos cinemas dos EUA em 4 de abril, e ainda não há previsão para sua estreia no Brasil. Enquanto isso, o público segue dividido entre as críticas às falhas na execução e o entusiasmo pelo talento promissor dos diretores.
Será que Hell of a Summer conquistará seu espaço entre os fãs do terror? Resta aguardar a reação do público e a possível chegada do filme aos cinemas brasileiros.
Existe espaço para jovens diretores no cinema de gênero atual?
Hell of a Summer representa algo maior do que apenas mais um filme slasher. Wolfhard foi direto ao comentar que ninguém quer que dois jovens na casa dos 20 anos façam um filme, não importa de qual série você participe ou o que tenha feito antes. Essa resistência da indústria em apostar em jovens cineastas é um problema real.
O interessante é que o gênero terror sempre foi mais receptivo a cineastas iniciantes do que outros segmentos de Hollywood. Filmes como A Morte do Demônio e Halloween foram feitos por diretores muito jovens com orçamentos baixos. Bryk mencionou que os filmes de Sam Raimi foram uma inspiração, especialmente pela ética de fazer cinema em idade jovem com uma equipe jovem.