Nos últimos anos, medicamentos à base de semaglutida, como Ozempic e Wegovy, têm ganhado destaque não apenas no tratamento da diabetes tipo 2, mas também como aliados no processo de emagrecimento. Originalmente desenvolvidos para controlar os níveis de glicose no sangue, esses fármacos agora despertam interesse por sua eficácia na redução de peso. Com a possibilidade de serem incorporados ao Sistema Único de Saúde (SUS) em 2025, o acesso a esses medicamentos poderá ser ampliado, embora inicialmente restrito a grupos específicos.
A crescente popularidade desses medicamentos nas redes sociais reflete o interesse do público em soluções rápidas para a perda de peso. No entanto, o uso indiscriminado e sem orientação médica é motivo de preocupação entre especialistas. A semaglutida, ao agir no hipotálamo, aumenta a sensação de saciedade e retarda o esvaziamento gástrico, contribuindo para a perda de peso. Apesar de seus benefícios, é essencial que o uso seja acompanhado por mudanças no estilo de vida, como dieta equilibrada e exercícios físicos.
Como a Semaglutida atua no organismo?
A semaglutida, princípio ativo do Ozempic, foi inicialmente aprovada como antidiabético em 2018. Sua ação no núcleo arqueado do hipotálamo promove uma sensação de saciedade, inibindo o apetite e retardando o esvaziamento gástrico. Esse mecanismo faz com que o estômago permaneça cheio por mais tempo, auxiliando na redução do consumo calórico. Estudos demonstraram que doses maiores do medicamento são eficazes no combate à obesidade, levando à sua aprovação para esse fim em 2022.
O uso da semaglutida deve ser cuidadosamente monitorado por profissionais de saúde, especialmente devido aos possíveis efeitos colaterais, como náuseas e cansaço. Além disso, é contraindicado para indivíduos com histórico de pancreatite ou alergias aos componentes do medicamento. A combinação do tratamento com hábitos saudáveis é fundamental para resultados sustentáveis.

Quais são os desafios e riscos do uso de Semaglutida?
Embora a semaglutida seja considerada segura quando usada corretamente, seu uso indiscriminado pode levar a complicações. A facilidade de acesso ao medicamento, que pode ser adquirido sem receita em algumas farmácias, aumenta o risco de uso inadequado. Além disso, o custo elevado pode ser um impedimento para muitos, com uma única caneta de Ozempic custando cerca de R$ 1.000.
Especialistas alertam para o risco de dependência psicológica dos efeitos do medicamento, especialmente entre aqueles que buscam emagrecimento rápido sem considerar mudanças de estilo de vida. O uso da semaglutida como uma “poção mágica” para perda de peso pode desencadear transtornos alimentares e de imagem, comprometendo a saúde mental e física dos usuários.
O papel da Semaglutida no combate à obesidade no Brasil
No Brasil, a obesidade é um problema crescente, exacerbado pela pandemia de Covid-19. Uma pesquisa do Instituto Ipsos revelou que 52% dos brasileiros acreditam ter ganhado peso durante esse período. A introdução da semaglutida como opção de tratamento para obesidade pode representar um avanço significativo, especialmente para aqueles com IMC elevado ou condições associadas, como síndrome metabólica.
No entanto, é crucial que o uso do medicamento seja parte de um plano de tratamento abrangente, que inclua acompanhamento médico e mudanças no estilo de vida. A educação sobre os riscos e benefícios da semaglutida é essencial para garantir que seu uso seja seguro e eficaz, promovendo uma abordagem equilibrada para o controle de peso e saúde geral.