O último projeto de Dave Bautista transformou-se em uma das maiores decepções cinematográficas de 2025. “In The Lost Lands”, adaptação dirigida por Paul W.S. Anderson baseada no conto de George R.R. Martin, arrecadou apenas 6,1 milhões de dólares mundialmente contra um orçamento de 55 milhões de dólares. O filme, que marca uma das primeiras grandes apostas do ator após encerrar sua participação como Drax no universo cinematográfico da Marvel, enfrentou críticas devastadoras e desinteresse do público.
A parceria entre Bautista e Milla Jovovich gerou expectativas modestas, especialmente considerando o histórico de sucesso da atriz na franquia Resident Evil. No entanto, a química entre os protagonistas não conseguiu compensar problemas estruturais na narrativa. “In The Lost Lands” obteve 25% de aprovação no Rotten Tomatoes, com críticos descrevendo a produção como um “desperdício incompreensível do material original de Martin“.
Como o fracasso nas bilheterias expõe limitações da estratégia de marketing?
O desempenho de “In The Lost Lands” nas bilheterias americanas revelou problemas fundamentais na estratégia de distribuição. A Vertical Entertainment lançou o filme em 1.370 cinemas em 7 de março, mas arrecadou apenas 1,07 milhão de dólares no fim de semana de estreia. O filme rapidamente perdeu salas de exibição, não conseguindo ultrapassar a marca de 2 milhões de dólares no mercado doméstico antes da terceira semana.
A expectativa internacional também não se concretizou. Apesar de Anderson e Jovovich terem histórico comprovado de sucesso global através da franquia Resident Evil, que arrecadou 1,2 bilhão de dólares, “In The Lost Lands” conseguiu apenas 4,2 milhões em territórios estrangeiros. O fracasso ilustra como audiências internacionais tornaram-se mais seletivas, rejeitando produções que dependem exclusivamente de estrelas estabelecidas sem oferecer conteúdo original convincente.
Por que a crítica rejeitou a adaptação de George R.R. Martin?
A recepção crítica de “In The Lost Lands” concentrou-se em problemas narrativos fundamentais que comprometeram a adaptação do material original. Paul W.S. Anderson tentou expandir o conto original de Martin em um filme de duas horas, mas críticos apontaram ritmo arrastado e desenvolvimento de personagens insuficiente. A mistura de elementos faroeste, pós-apocalípticos e fantasia criou identidade visual confusa que alienou audiências esperando gênero específico.
George R.R. Martin, que acompanhou o desenvolvimento desde 2015, vendeu os direitos de três contos curtos para Constantin Werner. O projeto original previa adaptação combinada das três histórias, mas evoluiu para foco exclusivo em “In The Lost Lands”. Críticos observaram que a expansão forçada do material resultou em narrativa dispersa, com sequências de ação repetitivas que não avançam a trama central sobre a feiticeira Gray Alys e sua busca por poder mágico.
Qual é o impacto deste fracasso na carreira de Dave Bautista?
Dave Bautista tem construído carreira cuidadosamente diversificada desde sua estreia como Drax em 2014. Projetos como “Blade Runner 2049”, “Duna” e “Glass Onion” demonstraram habilidades dramáticas além de suas capacidades físicas. No entanto, “In The Lost Lands” representa retrocesso para território familiar de ação genérica, sugerindo que o ator ainda enfrenta desafios para estabelecer-se independentemente de franquias estabelecidas.
Em entrevistas promocionais, Bautista expressou entusiasmo genuíno por trabalhar com Jovovich, citando-a como influência em sua carreira. O ator descreveu o personagem Boyce como “novo tipo de papel” que explorava território faroeste clássico. Esta abordagem reflexiva sugere que Bautista escolheu o projeto por razões artísticas legítimas, mas a execução final não conseguiu materializar suas ambições criativas em produto comercial viável.

Como Milla Jovovich continua enfrentando dificuldades pós-Resident Evil?
O fracasso de “In The Lost Lands” prolonga período difícil na carreira de Milla Jovovich desde o encerramento da franquia Resident Evil em 2017. “Resident Evil: The Final Chapter” arrecadou 314 milhões de dólares, estabelecendo expectativas altas para projetos subsequentes. Desde então, Jovovich tem lutado para encontrar propriedade que possa replicar o sucesso comercial de sua parceria com Anderson.
Filmes recentes como “Monster Hunter” (2020) e “Hellboy” (2019) também enfrentaram recepção morna, indicando que audiências não seguem automaticamente Jovovich para novos projetos. “In The Lost Lands” continua esta tendência, sugerindo que a atriz precisa reavaliar estratégias de seleção de projetos para reconquistar relevância comercial. A dependência de colaborações com Anderson pode estar limitando oportunidades com outros diretores que poderiam revitalizar sua carreira.
Que lições este fracasso oferece para adaptações literárias de nicho?
O desempenho de “In The Lost Lands” ilustra riscos inerentes em adaptar material original de autor cult para audiências mainstream. George R.R. Martin possui base de fãs dedicada através de “Game of Thrones”, mas seus contos menores não possuem reconhecimento público necessário para garantir interesse comercial. O fracasso sugere que estúdios não podem depender exclusivamente do nome de autor respeitado para atrair audiências.
A experiência também demonstra importância de compatibilidade entre material original e diretor. Paul W.S. Anderson especializou-se em ação espetacular através de franquias como Residente do Mal e Mortal Kombat, mas “In The Lost Lands” exigia sensibilidade para fantasia atmosférica que não alinha com suas forças estabelecidas. Futuras adaptações de Martin podem beneficiar-se de diretores com experiência específica em drama de época ou fantasia contemplativa, gêneros mais próximos ao tom original dos contos.