O design de carros é como moda: o que é bonito hoje pode virar motivo de vergonha amanhã. Algumas montadoras arriscam demais e acabam criando verdadeiros monstrinhos sobre rodas. Outros modelos começam lindos, mas vão perdendo a graça com o tempo. É triste ver um carro que já foi desejo virar piada.
A história da indústria automotiva está cheia desses exemplos. Carros que pareciam o futuro na época hoje parecem saídos de um pesadelo. E não estamos falando só de modelos antigos, tem carro novo por aí que deixa qualquer um se perguntando: “no que eles estavam pensando?”
Por que o Volkswagen Gol perdeu toda a elegância?
O Volkswagen Gol era sinônimo de bom gosto. Desde sua primeira geração em 1980, ele sempre teve linhas limpas e proporções equilibradas. Mas a geração de 2008 foi um desastre total. O carro ficou com cara de peixe morto, principalmente por causa daquela grade gigante e desproporcional.
A traseira então nem se fala. As lanternas pareciam remendos colados de qualquer jeito. O que antes era elegante virou uma confusão visual. Foi tão ruim que a Volkswagen teve que fazer uma cirurgia plástica pesada no modelo poucos anos depois. Mesmo assim, nunca mais recuperou a beleza das gerações anteriores.
Como decisões estranhas no visual espantam os compradores?
Tem designer que parece querer chamar atenção a qualquer custo. O Nissan Juke é um exemplo perfeito disso. Quando chegou ao mercado, causou polêmica com seus faróis separados e formato de sapo. Algumas pessoas até gostaram, mas a maioria achou esquisito demais.
O Fiat Multipla foi ainda pior. Com seus seis faróis e formato bizarro, parecia um carro criado por uma criança. Era funcional, mas visualmente foi um fracasso total. Nem o fato de ser prático salvou esse modelo do esquecimento. Às vezes é melhor jogar seguro do que tentar ser revolucionário demais.
Quando a mudança de geração vira tragédia?
Trocar a cara de um carro conhecido é sempre arriscado. O BMW X3 de segunda geração é prova disso. O modelo original tinha linhas sóbrias e elegantes. Já a versão de 2010 ficou pesada e sem personalidade, perdendo toda a sofisticação da primeira geração.
O Honda Civic também passou por maus bocados. A geração de 2012 foi criticada por parecer genérica demais. Perdeu toda a esportividade e personalidade que fizeram o modelo ser famoso. A Honda teve que correr atrás do prejuízo e refazer o design completamente na geração seguinte.
Por que alguns carros envelhecem mal?
Nem todo carro é atemporal. O Pontiac Aztek parecia futurista quando foi lançado em 2001, mas hoje é considerado um dos carros mais feios já criados. Suas linhas angulares e proporções estranhas não envelheceram bem. O que parecia inovador virou motivo de piada.
A mesma coisa aconteceu com vários carros dos anos 2000. Aquela mania de fazer tudo muito angular e agressivo resultou em modelos que hoje parecem exagerados. É como olhar fotos antigas e se perguntar como aquela roupa já foi considerada bonita.
Existe esperança para o design automotivo?

Felizmente, as montadoras estão aprendendo com os erros do passado. Carros como o Mazda CX-5 e o Genesis G90 mostram que ainda é possível criar modelos bonitos e elegantes. A tendência atual é buscar linhas mais limpas e proporções harmoniosas.
Os carros elétricos também estão trazendo novas possibilidades. Sem a necessidade de grades grandes para resfriamento, os designers têm mais liberdade para criar. Modelos como o Tesla Model S provam que carro elétrico pode ser bonito. O futuro promete designs mais limpos e funcionais.
Vale a pena comprar um carro feio?
Se o carro atende suas necessidades e está num preço bom, por que não? Beleza é subjetiva, e às vezes o que importa mesmo é a funcionalidade. Alguns carros considerados feios são excelentes em outros aspectos, como economia ou praticidade.
Mas não dá para negar que dirigir um carro bonito é mais prazeroso. É como usar uma roupa que você gosta – faz diferença no seu humor. Se você tem condições de escolher, vale a pena investir num carro que te deixe feliz só de olhar para ele.