Desde sua fundação em 1927, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas tem sido uma das instituições mais respeitadas no mundo do cinema. Com mais de 10 mil membros, a organização é responsável por premiar anualmente os melhores filmes e profissionais da indústria através do Oscar. No entanto, nos últimos anos, a Academia tem enfrentado questões internas que levaram à expulsão de alguns de seus membros, algo que era extremamente raro até então.
O Oscar, além de ser uma celebração do cinema, também reflete as mudanças sociais e culturais. Nos últimos 20 anos, a Academia começou a adotar uma postura mais rígida em relação ao comportamento de seus membros, resultando em expulsões que chamaram a atenção do público e da mídia. Este artigo explora as razões por trás dessas expulsões e como elas refletem uma mudança na cultura da organização.
Quais foram os casos mais notórios de expulsão?
O primeiro membro a ser expulso da Academia foi o ator Carmine Caridi, em 2004, após vazar cópias de filmes indicados ao Oscar na internet. Este incidente destacou a preocupação da Academia com a pirataria e a proteção dos direitos autorais. No entanto, foi a expulsão de Harvey Weinstein em 2017 que marcou uma mudança significativa na postura da organização.
Weinstein, um dos produtores mais influentes de Hollywood, foi acusado de assédio sexual e estupro por mais de 80 mulheres. Sua expulsão não apenas refletiu a gravidade das acusações, mas também coincidiu com o movimento #MeToo, que trouxe histórias de abuso e assédio na indústria cinematográfica. Desde então, a Academia expulsou outros membros por crimes sexuais, incluindo Bill Cosby, Roman Polanski e Adam Kimmel.

Como a Academia lida com suspensões e renúncias?
Além das expulsões, a Academia também impõe suspensões a membros que violam suas diretrizes. Um exemplo notável é o de Will Smith, banido de participar de eventos da Academia por 10 anos após um incidente em 2022. Embora Smith tenha renunciado à sua posição na organização, ele ainda pode ser indicado ao Oscar.
Renúncias voluntárias também ocorreram, como as de Tom Fleischman e Peter Kurland, que deixaram a Academia em protesto contra mudanças na cerimônia de premiação. Essas saídas destacam a insatisfação de alguns membros com as decisões da organização e seu impacto na indústria.
O que as expulsões significam para o futuro da Academia?
As expulsões e suspensões recentes indicam uma mudança na forma como a Academia lida com questões de ética e comportamento. Ao adotar uma postura mais firme, a organização busca preservar sua integridade e reputação em um momento em que a indústria cinematográfica está sob intenso escrutínio público.
Essas ações também refletem uma tentativa de alinhar a Academia com os valores sociais contemporâneos, promovendo um ambiente mais seguro e inclusivo para todos os profissionais do cinema. À medida que a indústria continua a evoluir, é provável que a Academia continue a ajustar suas políticas para se adaptar às expectativas de seus membros e do público.