A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) anunciou recentemente um avanço significativo no controle de mosquitos, com o desenvolvimento de uma nova isca que promete ser mais eficaz na captura de ovos desses insetos. A inovação foi criada em colaboração com a Universidade da Califórnia, em Davis, e está sendo considerada uma solução promissora no combate a doenças transmitidas por mosquitos, como dengue e zika.
O novo método desenvolvido pela Fiocruz é capaz de capturar quase o dobro de ovos em comparação com as armadilhas convencionais utilizadas atualmente no Brasil. Essa tecnologia se mostra eficaz contra várias espécies de mosquitos, incluindo o Aedes aegypti e o Culex quinquefasciatus, conhecidos vetores de doenças tropicais.
Como funciona a nova isca da Fiocruz?
A inovação é um aprimoramento da armadilha Double BR-OVT, previamente desenvolvida pela Fiocruz. O diferencial desta nova tecnologia está na inclusão de um extrato larval de Aedes aegypti, que é produzido a partir de larvas em estágio avançado. Essas larvas são maceradas, filtradas e transformadas em uma isca líquida ou liofilizada. Para evitar que a armadilha se torne um criadouro de mosquitos, é adicionado um larvicida biológico à mistura.
Em testes realizados na Universidade Federal de Pernambuco, a nova armadilha demonstrou ser altamente eficaz, capturando 70% dos ovos de mosquitos. Essa abordagem representa uma alternativa mais sustentável e segura em comparação com o uso de inseticidas químicos, que têm gerado resistência nos mosquitos e impactos ambientais negativos.

Quais os benefícios da nova tecnologia?
Além de controlar a população de mosquitos, a nova isca permite o monitoramento da densidade desses insetos, o que é crucial para prevenir surtos de doenças. A Fiocruz enfatiza a importância de alternativas sustentáveis no controle de vetores, especialmente diante da crescente resistência dos mosquitos aos inseticidas tradicionais.
Os pesquisadores da Fiocruz estão empenhados em superar os desafios logísticos associados à produção em larga escala do extrato larval. A criação de biofábricas especializadas é uma das soluções propostas, juntamente com a identificação e síntese dos compostos ativos do extrato, o que poderia simplificar o processo de produção.
Qual o futuro do controle de mosquitos?
A Fiocruz continua a explorar novas estratégias para melhorar o controle de mosquitos e reduzir a dependência de métodos químicos. A inovação na captura de ovos é um passo importante nessa direção, oferecendo uma solução que combina eficácia com sustentabilidade ambiental. A instituição está comprometida em avançar na pesquisa e desenvolvimento de tecnologias que possam ser implementadas em larga escala, contribuindo para a saúde pública e o bem-estar da população.