A Renault e a Geely estão em discussões avançadas para formar uma joint-venture no Brasil, com o objetivo de fabricar veículos chineses em São José dos Pinhais, Paraná. A informação foi divulgada pela agência Reuters e repercutida por veículos como Terra e Autoesporte. Até o momento, a Renault do Brasil não confirmou nem desmentiu a notícia.
De acordo com fontes ligadas à Geely, a negociação está em seus estágios finais e um anúncio oficial pode ocorrer em breve. A Geely, que possui marcas como Volvo e Zeekr, está interessada em expandir sua presença no mercado brasileiro, aproveitando a infraestrutura da Renault.
Quais modelos podem ser produzidos?
Não há confirmação sobre quais tipos de veículos seriam fabricados no Brasil, se elétricos, híbridos plug-in ou a combustão. A China tem se destacado na produção de veículos elétricos, mas a fábrica da Renault no Brasil ainda não está preparada para produzir BEVs (Veículos Elétricos a Bateria). Apesar disso, o Geely EX5, um carro elétrico, é um dos modelos mais cotados para iniciar a parceria, mesmo que inicialmente seja importado.
Outra possibilidade é o Geome Xingyuan, um carro elétrico urbano com 114 cv de potência e autonomia superior a 400 km, que poderia competir diretamente com o BYD Dolphin. A Zeekr, outra marca da Geely, já está presente no Brasil, o que pode facilitar a introdução de novos modelos.

Como funciona a parceria Renault-Geely?
Se confirmada, a parceria entre Renault e Geely seguiria o exemplo de outras joint-ventures no Brasil, como a da Stellantis com a Leapmotor e da GM com a Baojun. A Stellantis detém 51% das ações na parceria com a Leapmotor, enquanto a GM é proprietária da marca Baojun, que fabrica o Chevrolet Spark EUV, previsto para 2025.
No caso da Renault, a empresa serviria como uma ponte para a rápida entrada da Geely no mercado brasileiro, permitindo também o acesso a baterias fabricadas na China. Isso poderia facilitar a produção de modelos elétricos da Renault no futuro.
Qual é a participação da Geely na Renault do Brasil?
Segundo informações da Autoesporte, a Geely teria uma participação de 34% na Renault do Brasil, semelhante à sua participação na Coreia do Sul. Em nota, a Renault afirmou que “os dois grupos têm discutido oportunidades potenciais sob o espírito de parceria aberta e inovadora”, mas não forneceu detalhes sobre uma nova cooperação.
Essa possível parceria representa uma estratégia de expansão para a Geely e uma oportunidade para a Renault se beneficiar da tecnologia chinesa em veículos elétricos, alinhando-se às tendências globais de mobilidade sustentável