O fenômeno conhecido como “pig-butchering” tem se destacado como uma das fraudes mais lucrativas no cenário global, afetando milhares de pessoas em todo o mundo. Esta prática envolve a criação de perfis falsos em redes sociais para enganar vítimas, levando-as a investir em esquemas fraudulentos, muitas vezes relacionados a criptomoedas. O termo “pig-butchering” é uma gíria chinesa que descreve o processo de enganar as vítimas, ou “porcos”, até que estejam prontas para serem “abatidas”, ou seja, terem seus recursos financeiros esgotados.
O crescimento desse tipo de golpe é alarmante, especialmente em países como Singapura, onde se tornou o crime mais comum. Estima-se que a indústria de fraudes online empregue cerca de 1,5 milhão de pessoas globalmente, com operações significativas em países como Camboja e Mianmar. Esses golpes não apenas causam perdas financeiras significativas, mas também revelam a vulnerabilidade das pessoas a manipulações emocionais e financeiras.
Como funciona o golpe de “Pig-Butchering”?
O processo de “pig-butchering” começa com a criação de um “chiqueiro”, onde golpistas constroem perfis falsos em plataformas de redes sociais. Esses perfis são usados para identificar e atrair alvos, geralmente pessoas que demonstram vulnerabilidades emocionais ou financeiras. Uma vez estabelecido o contato, os golpistas passam semanas ou até meses construindo confiança com a vítima, muitas vezes sob o pretexto de um relacionamento romântico ou amizade.
Após ganhar a confiança da vítima, os golpistas a incentivam a investir em plataformas de criptomoedas falsas. Inicialmente, a vítima pode ver retornos positivos em seus investimentos, o que a leva a investir mais. No entanto, quando tenta sacar seus fundos, descobre que a plataforma é falsa e que seu dinheiro foi perdido. Este método meticuloso de engano torna o golpe particularmente devastador para as vítimas.

Por que os golpes de “Pig-Butchering” são tão eficazes?
Os golpes de “pig-butchering” são eficazes devido à sua capacidade de explorar fraquezas humanas universais, como solidão, ganância e desejo de segurança financeira. Além disso, a natureza descentralizada e anônima das criptomoedas facilita a movimentação rápida de dinheiro, tornando difícil para as autoridades rastrear e recuperar os fundos roubados. A inovação tecnológica, incluindo o uso de inteligência artificial e deepfakes, também tem ampliado o alcance e a sofisticação desses golpes.
Os criminosos por trás desses esquemas operam em complexos que combinam elementos de campos de prisioneiros e cidades empresariais, muitas vezes fora do alcance da lei. Esses complexos oferecem uma infraestrutura robusta para a execução de fraudes em larga escala, incluindo treinamento de golpistas e lavagem de dinheiro. A proteção política e a corrupção em alguns países também contribuem para a impunidade desses criminosos.
Como proteger-se contra golpes de “Pig-Butchering”?
A prevenção e a educação são fundamentais para proteger indivíduos contra golpes de “pig-butchering”. Campanhas de conscientização pública, como as realizadas em Singapura, que incluem avisos em transportes públicos e durante transações online, são essenciais para alertar as pessoas sobre os riscos. Além disso, é crucial que as autoridades policiais colaborem com instituições financeiras, plataformas de redes sociais e provedores de serviços de internet para identificar e desmantelar redes de golpistas.
Internacionalmente, a cooperação entre países é vital para combater esses crimes transnacionais. A colaboração entre os Estados Unidos e a China, por exemplo, poderia ser um passo significativo na luta contra essas fraudes, dada a escala e sofisticação dos grupos criminosos envolvidos. Ao trabalhar juntos, os países podem desenvolver estratégias mais eficazes para rastrear e processar os responsáveis por esses golpes devastadores.