Recentemente, uma disputa em torno dos incentivos fiscais para veículos elétricos e híbridos emergiu entre os Estados brasileiros. Essa “guerra fiscal do IPVA” visa beneficiar específicas montadoras de acordo com interesses regionais, alegando uma redução nas emissões de gases poluentes. Entretanto, as regras têm gerado controvérsias e críticas, particularmente nos Estados de São Paulo e Minas Gerais, dois dos maiores mercados consumidores de veículos do país.
O estado de São Paulo estabeleceu uma política específica para isentar do IPVA modelos híbridos flex. Esta medida, implementada em janeiro de 2025, privilegia principalmente a Toyota, que fabrica modelos híbridos flex como o Corolla e o Corolla Cross. A preocupação é que tais normas restrinjam o incentivo apenas a veículos de montadoras localizadas no Estado, deixando de fora outras fabricantes de relevância.
Por que São Paulo Focou em Híbridos Flex?
O governo de São Paulo justificou a escolha dos híbridos flex com o objetivo de incentivar o uso de etanol, um combustível com grande relevância na economia estadual. Essa política sugere que para um veículo ser elegível para a isenção, ele deve ter um motor elétrico com bateria mínima de 150 volts e valor até R$ 250 mil. Tal critério exclui modelos que não sejam completos em termos de eletrificação, como os híbridos leves produzidos por marcas como Stellantis e Volkswagen.
Como Minas Gerais regulamenta o benefício?
Em Minas Gerais, a abordagem é ainda mais restritiva, beneficiando exclusivamente veículos híbridos ou elétricos fabricados no Estado. Este critério beneficia apenas a Fiat, que possui fábrica na região, mas não produz carros totalmente elétricos. As condições estabelecidas deixam de fora vários modelos híbridos que não se encaixam nas especificidades exigidas, gerando debates sobre a equidade de tais incentivos tributários.

Quais Estados Oferecem Isenção para Veículos Elétricos?
Atualmente, sete Estados brasileiros oferecem isenção de IPVA exclusivamente para veículos elétricos. Isso inclui regiões como Bahia, Ceará e Paraíba, onde não existem fábricas de automóveis instaladas localmente. Este modelo de incentivo visa principalmente fomentar a adoção de veículos com menor impacto ambiental, independentemente do local de fabricação.
Impactos das políticas em montadoras e consumidores
As diferentes abordagens estaduais sobre a isenção de IPVA criam um cenário complexo para montadoras e consumidores. Enquanto algumas empresas poderiam se beneficiar pela localização de suas fábricas, outras podem enfrentar desafios na comercialização de seus modelos híbridos e elétricos. Além disso, a escolha do tipo de veículo a ser incentivado pode influenciar diretamente as decisões de compra dos consumidores, impactando o mercado como um todo.
Em síntese, a discussão sobre a isenção de IPVA para veículos elétricos e híbridos no Brasil reflete questões mais amplas de política fiscal, interesses industriais e sustentabilidade ambiental. À medida que o país avança para atender às demandas de tecnologias mais limpas e eficientes, a conciliação entre benefícios regionais e o mercado global se torna crucial.