O TikTok, uma das aplicações de mídia social mais usadas globalmente, enfrentou desafios legais nos Estados Unidos. Em 19 janeiro, uma lei que proibia o TikTok entrou em vigor, gerando preocupações generalizadas entre usuários e investidores. O aplicativo, contudo, foi rapidamente reativado com o anúncio de novas negociações por parte do então presidente eleito, Donald Trump.
Nessa conjuntura, o interesse do novo presidente em adquirir parte do TikTok criou um ambiente de incerteza sobre o futuro da plataforma. Enquanto isso, a ByteDance, a empresa controladora do TikTok, ainda não demonstrou disposição em vender suas operações. Isso deixa a porta aberta para possibilidades de um banimento permanente e consequentes repercussões no mercado de mídia social.
A Meta como potencial beneficiária
Com a incerteza em torno do TikTok, a Meta Platforms, empresa responsável pelo Facebook e Instagram, desponta como um potencial beneficiário. A proibição do TikTok poderia redirecionar uma significativa base de usuários e recursos publicitários para as plataformas da Meta. Analistas veem este cenário como uma oportunidade única de atrair tanto usuários ativos quanto anunciantes que buscam novas alternativas.
Dados apontam que uma grande porcentagem dos usuários do TikTok também possui contas ativas no Instagram. Isso indica uma predisposição natural para que esses usuários migrem suas atividades e engajamento para plataformas sob o controle da Meta. A empresa, portanto, encontra-se estrategicamente posicionada para capturar o fluxo de conteúdo e investimento publicitário deslocado pelo TikTok.
Quais são as implicações econômicas do banimento?
Em termos econômicos, o banimento do TikTok poderia resultar em uma enorme perda de receitas publicitárias. De acordo com estimativas da eMarketer, o TikTok gerou US$ 12,34 bilhões em receitas publicitárias em 2024. Com uma possível proibição, cerca de 70% desse valor poderia ser perdido, dependendo da tenacidade da implementação da lei e dos meios alternativos que os usuários possam adotar para continuar utilizando a plataforma.
Para a Meta, isso se traduz em um impacto positivo. Segundo analistas do Morgan Stanley, um aumento correspondente no tempo gasto nas plataformas da Meta pode gerar receitas adicionais por ação. Isso representa uma oportunidade significativa de crescimento de receita, situando a previsão de lucros adicionais em interações diárias e resultados financeiros.

Concorrência de outras plataformas
Embora a Meta possa se beneficiar de um eventual banimento do TikTok, não se deve ignorar a competição de outras plataformas fortes como o YouTube e Snapchat. Ambos possuem uma presença sólida nos EUA e podem capturar uma parte do público que atualmente se encontra no TikTok. Ainda assim, o alcance global das plataformas da Meta, combinado com a inovação contínua, coloca a empresa numa posição vantajosa para absorver o tráfego migratório.
Dado o cenário atual, a Meta tem a capacidade de oferecer não apenas uma experiência de usuário robusta, mas também benefícios comerciais substanciais aos interessados. Com uma base de usuários que já demonstra habitualidade ao que a Meta oferece, a transição pode ser mais fluida e menos disruptiva.
Projeções futuras e oportunidades
Embora o futuro do TikTok nos Estados Unidos permaneça incerto, o potencial redirecionamento de usuários e anunciantes proporciona uma oportunidade estratégica para outras plataformas de mídia social. A Meta, em particular, está bem posicionada para se beneficiar deste cenário de mudança, desde que continue a inovar e responder eficazmente às necessidades dos migrantes digitais.
O mercado publicitário, por sua vez, atentamente observa as decisões políticas e empresariais que impactarão tanto o TikTok quanto a Meta, moldando as direções futuras da publicidade online e das interações nas mídias sociais.