A crescente presença do e-commerce no Brasil tem reconfigurado o mercado de galpões logísticos, impulsionando a demanda por essas estruturas, especialmente nas regiões Nordeste e Sudeste. Cidades como Itaitinga, Simões Filho e Feira de Santana se destacam nesse cenário, mostrando um aumento significativo na locação de espaços destinados à distribuição de mercadorias.
De acordo com informações preliminares de um relatório da Newmark, empresa especializada no acompanhamento do mercado imobiliário, Itaitinga apresentou o maior volume de absorção de área bruta entre as cidades nordestinas, com 28 mil metros quadrados. Simões Filho e Feira de Santana seguem na lista com 9,7 mil m² e 7,5 mil m², respectivamente, reforçando a importância estratégica dessas localidades para o comércio eletrônico.
Quais fatores impulsionam a demanda por galpões logísticos?
A diversificação geográfica do e-commerce é um dos principais catalisadores do aumento na demanda por galpões logísticos. Grandes players do setor, como Amazon e Mercado Livre, buscam posicionar suas centrais de distribuição em regiões estratégicas para otimizar os tempos de entrega em áreas metropolitanas. Essa prática não apenas melhora a experiência do consumidor como também potencializa as operações locais.
Além do e-commerce, a necessidade de eficiência em logística e cadeia de suprimentos estimula a ocupação de galpões, especialmente para empresas do setor industrial, serviços e comércio. O aumento das transações comerciais geralmente impulsiona a necessidade de maior espaço para armazenamento e distribuição de produtos, refletindo em um mercado mais ativo e competitivo.

Como o Nordeste está se posicionando nesse cenário?
O Nordeste, especificamente os estados do Ceará e da Bahia, tem ganho destaque nas transações de galpões logísticos. Itaitinga, por exemplo, se consolidou como um hub importante na Região Metropolitana de Fortaleza devido à presença de centrais de distribuição estratégicas. Simões Filho desempenha papel similar para a Região Metropolitana de Salvador.
Pernambuco, apesar de seu potencial logístico estratégico, não apresentou aumento significativo nas locações, segundo o relatório. No entanto, a tendência de descentralização e diversificação geográfica, liderada pelo e-commerce, continua a influenciar o mercado, abrindo oportunidades para investimentos futuros no estado.
Quais são as perspectivas para o mercado de galpões logísticos no Brasil?
Em 2024, o mercado de galpões logísticos no Brasil registrou uma absorção bruta considerável de 757 mil metros quadrados, totalizando 4,5 milhões de metros quadrados no ano. São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo lideram o volume de transações, mas o crescimento observado no Nordeste evidencia a expansão da infraestrutura logística em todo o território nacional.
Especialistas indicam que essa expansão continuará, alimentada pela necessidade contínua de eficiência logística e pela adaptação às dinâmicas do e-commerce, que exige prazos de entrega cada vez menores. A descentralização é vista como crucial para manter a competitividade global do Brasil, possibilitando que diversas regiões se beneficiem do crescimento econômico associado ao setor.