O Queijo Minas Artesanal, uma iguaria típica do estado de Minas Gerais, Brasil, possui uma rica história que remonta a mais de 300 anos. Conhecido por seu sabor único e modo de produção tradicional, este queijo é resultado de práticas culturais passadas de geração em geração. São inúmeras as famílias que dedicam suas vidas à produção artesanal desse queijo, perpetuando um legado cultural e gastronômico. Recentemente, esforços têm sido feitos para que este produto seja reconhecido como Patrimônio Imaterial da Humanidade pela Unesco, um importante marco na valorização de tradições locais.
Este tipo de queijo é famoso por ser produzido de maneira artesanal em 10 regiões específicas de Minas Gerais. Cada uma dessas regiões possui características próprias que influenciam o sabor, a textura e a qualidade do queijo, formando um mosaico de sabores que refletem o rico patrimônio cultural do estado. Destaca-se, ainda, o forte vínculo entre a produção do queijo e a economia local, onde pequenos produtores têm papel essencial.
O processo de reconhecimento como Patrimônio Imaterial
A candidatura do Queijo Minas Artesanal a Patrimônio Imaterial da Humanidade é fruto de anos de trabalho e dedicação das comunidades produtoras e de organizações culturais. Para que um bem cultural seja reconhecido pela Unesco, é necessário atender a diversos critérios, como ter sua importância cultural devidamente documentada e ser reconhecido nacionalmente, como já ocorre com esse queijo através do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Desde 2002, o modo de fazer Queijo Minas Artesanal é considerado patrimônio imaterial de Minas Gerais.
Outros requisitos para a candidatura incluem a elaboração de um plano de salvaguarda e o envolvimento direto dos produtores no processo. A cultura do queijo precisa demonstrar importância para o estabelecimento de diálogos culturais e ser representativa da diversidade cultural brasileira. Tais critérios são fundamentais para a candidatura à Unesco, que busca promover a proteção e valorização de práticas culturais em todo o mundo.

Quais são os benefícios do reconhecimento mundial?
O reconhecimento internacional do Queijo Minas Artesanal traria inúmeros benefícios para os produtores e a comunidade local. Além de aumentar a visibilidade do produto e, consequentemente, sua demanda, este reconhecimento fortaleceria a economia familiar, incentivando a continuidade das práticas tradicionais de produção. O reconhecimento como Patrimônio Imaterial da Humanidade ajuda a preservar conhecimentos e técnicas que podem estar ameaçadas pela modernização e industrialização.
Esse passo também é visto como uma forma de celebrar e projetar a rica diversidade cultural do Brasil no cenário internacional. Os pequenos produtores, muitas vezes invisíveis no mercado global, poderiam ganhar as atenções necessárias para estabelecer conexões comerciais mais amplas, contribuindo para um desenvolvimento econômico sustentável das regiões produtoras.
O papel das associações e governos na candidatura
A candidatura do Queijo Minas Artesanal foi impulsionada por várias instituições, incluindo a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais e a Associação Mineira de Queijos (AMIQueijo). Essas entidades têm trabalhado para documentar minuciosamente o processo artesanal de produção do queijo, compilando informações em um dossiê que inclui práticas, saberes e depoimentos de produtores.
Estão inclusas no dossiê cartas de anuência dos produtores, vídeos e documentários que detalham a história e a importância deste queijo. O material enviado à Unesco é analisado em Paris por especialistas do Comitê do Patrimônio Mundial, que avaliam a inscrição de bens materiais e imateriais na lista representativa da humanidade.
As perspectivas para o futuro do Queijo Minas Artesanal
Com a candidatura em andamento, os próximos passos envolvem a avaliação e a emissão de pareceres ao longo de 2024. O reconhecimento como Patrimônio Imaterial da Humanidade não só garantirá uma maior proteção ao modo de fazer o Queijo Minas Artesanal, mas também assegurará que futuras gerações continuem a apreciar e perpetuar essa parte vital da cultura mineira.
Independentemente do resultado final, o esforço para proteger e promover o Queijo Minas Artesanal já serve como exemplo de como tradições culturais podem ser preservadas e integradas à economia moderna. Há uma expectativa crescente de que, ao ser incluído na lista da Unesco, o queijo ganhe ainda mais prestígio e reconhecimento global, abrindo novas possibilidades para a economia e o turismo na região.