A Sra. encerra seu mandato de Presidente do TRT-3ª Região em 31 de dezembro próximo, com um feito elogiável, pois sob sua gestão o TRT- 3ª Região recebeu, por dois anos consecutivos (2024/2025), o “Prêmio Diamante de Qualidade” do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A que a Sra. atribui esses importantes reconhecimentos?


A performance do TRT de Minas decorre dos esforços para alcançar as metas nacionais do Conselho Nacional de Justiça, o que foi cumprido. A gestão de processos de trabalho possibilitou a conquista do Prêmio CNJ de Qualidade, na categoria “Diamante”, nos anos de 2024 e 2025, em face da avaliação de eixos temáticos relacionados à organização e ao desempenho do TRT (produtividade, governança, transparência, dados e tecnologia), e retratou o reflexo do trabalho conjunto dos envolvidos.


Quais as demais principais realizações à frente do TRT-3ª Região?


As atividades foram e estão sendo desempenhadas em prol da missão estratégica do TRT mineiro de realizar Justiça, contribuindo para a paz social e fortalecimento da cidadania. Além de zelar pela boa ordem processual, com eficiência, qualidade e celeridade, foi primordial a atuação institucional em priorizar os procedimentos administrativos e os serviços judiciários. Cito: a criação de Ponto de Inclusão Digital, no interior de Minas, para facilitar o acesso à justiça; a criação de 21 cargos de Juiz do Trabalho Substituto; o reconhecimento e a valorização dos prestadores de serviços (terceirizados); a participação em projetos de repercussão social, tais como, o “Direito ao Ponto”, de iniciativa do CNJ, com o objetivo de tornar a comunicação com a sociedade mais acessível, objetiva e inclusiva, por meio da linguagem simples e do direito visual; outro fruto inovador e desenvolvido no nosso Tribunal, premiado nacionalmente, é o Painel UAI-CON, baseado em inteligência artificial. O papel da mulher na sociedade, um dos marcos da minha gestão, materializou-se, por meio do convênio firmado com a Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais, para contratação de mulheres em situação de vulnerabilidade. Destaco as tratativas e acordos institucionais de cooperação técnica, em prol da sustentabilidade, por meio do “Projeto Verde Mais”, visando o plantio de árvores. Na sustentabilidade social, efetiva é a participação do TRT mineiro nos mutirões de atendimento a pessoas vulneráveis, em situação de rua. A criação do Centro Cultural do TRT mineiro, ponto de encontro para a comunidade, e que integra o Circuito Cultural de Belo Horizonte. A criação da Seção da Unidade Especial de Acessibilidade do TRT3, para que as instalações, os serviços e a comunicação do tribunal sejam acessíveis a todos. As governanças judiciária, administrativa estão sendo pautadas na transparência, na integridade e na ética.


Na sua visão, qual o principal legado deixa de sua gestão?


O principal legado foi a reorganização do Fórum Trabalhista da Capital, em aprimoramento do acesso à Justiça, com a alocação de metade das Varas do Trabalho, em imóvel situado na Rua Paracatu, bem como as adaptações no imóvel da Rua Goitacases, o que permitirá uma melhor prestação jurisdicional. A modernização das instalações da Justiça do Trabalho, a exemplo dos plenários, dos gabinetes e das Varas do Trabalho, foi outro marco. Destaco os Centros Judiciários de Métodos Consensuais de Solução de Disputas em cidades do interior, com o objetivo de assegurar o direito à solução das disputas, por meios adequados à sua natureza e características socioculturais de cada região. A criação de 21 cargos de juiz do trabalho substituto, visando atender o aumento significativo da demanda trabalhista em Minas Gerais. A conquista do Prêmio CNJ de Qualidade, na categoria “Diamante”, em 2024 e 2025, também faz parte do legado.


O desembargador Sebastião Geraldo de Oliveira foi nomeado, ontem, como novo presidente do TRT3 e seu mandato se inicia a partir de 1º de janeiro de 2026. O que o jurisdicionado e os próprios magistrados e servidores podem esperar da nova gestão?


Na gestão 2026/2027, sob a presidência do desembargador Sebastião, vislumbro uma diretriz democrática, com a integração dos membros eleitos para a nova direção do tribunal, com observância dos princípios constitucionais da administração pública. A administração é dinâmica, de forma que, verificadas as necessidades, tenho certeza de que será realizada uma brilhante gestão, com êxito.


Quais são os seus planos após deixar a presidência no final do ano?


Retornarei à atividade judicante, como desembargadora do TRT mineiro, estendendo a minha atuação como conselheira, representante da Região Sudeste no Conselho Superior da Justiça do Trabalho, eleita em outubro de 2025.

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