Um encontro casual entre o carioca Ronaldo Bastos e o paulista Pélico gerou o single “Infinito blue” (Sólóv/YB), que faz parte do álbum “A universa me sorriu – Minhas canções com Ronaldo Bastos”, que será lançado por Pélico em 26 de setembro.
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Os dois se conheceram em 2012, na casa da cantora Catto. “Sempre fui muito fã dele. Suas canções estão no inconsciente coletivo brasileiro. Logo que comecei a escrever, vi que ele sempre foi uma grande referência para mim”, diz o cantor e compositor Pélico.
Ronaldo Bastos já não se lembrava da conversa dos dois, mas o papo ficou gravado na memória de Pélico. “Nunca vou me esquecer: falamos do disco que eu havia lançado em 2011, ‘Que isso fique entre nós’, do qual ele tinha gostado muito”, conta.
“Ele me disse: ‘Pélico, seu disco é muito forte, muito autobiográfico. Ou você se profissionaliza, começa a escrever e contar outras histórias, ou você vai morrer cedo’. Achei aquilo engraçado, porque era muito forte, muito confessional, visceral. Ele me deu um conselho de mestre.”
A partir dali, os dois continuaram as conversas por e-mail. “Eu mandava música e perguntava se ele havia gostado. Em 2015, quando lancei o álbum ‘Euforia’, ele me enviou e-mail dizendo que gostaria muito de ter feito aquela música. Então, brinquei: ‘Troco por ‘Nada será como antes’. Topa trocar?”.
De 2020 a 2022, Pélico morou em Portugal. Pouco antes, em 2019, Ronaldo lhe perguntou se havia alguma melodia dele já pronta. Pélico mandou, mas a pandemia “engavetou” a canção.
Energia feminina
“Amei aquela letra”, relembra Pélico. De volta ao Brasil, ele propôs a gravação de um disco ao fundador do Clube da Esquina. A parceria se tornou mais firme no fim de 2024, quando os dois passaram a compor compulsivamente para o novo álbum.
“A Universa me sorriu”, segundo Pélico, “tem a coisa da energia feminina da criação”. Com 10 faixas assinadas pela dupla, o álbum foi produzido por Jesus Sanches.
“Diferente de tudo que já fiz, este disco tem uma característica fundamental, ideia do Jesus. Nunca havíamos explorado o violão de nylon, uma coisa característica brasileira. Sempre usei o de aço. Então, chamamos o João Erbetta, grande violonista, que tem essa coisa do cancioneiro brasileiro”, conta o cantor paulista.
Participaram das gravações Pélico (voz), Tati Parra (vocais), Tom Ricardo (vocais), Marcelo Politano (flauta), João Erbetta (violão), Guilherme Kastrup (percussão), Jesus Sanchez (baixo) e Régis Damasceno (guitarra).
“Eu e Ronaldo somos aquarianos e românticos. É curioso, porque há uma diferença no nosso romantismo. Sou mais cronista e ele mais imagético. Ele é um romântico otimista. Já eu tenho a coisa mais paulistana, sou um romântico mais áspero”, compara.
A alma do novo disco está na junção desses dois romantismos, adianta Pélico, dizendo que a parceria com Ronaldo Bastos é muito especial.
“Vendo o método dele de compor, percebe-se que é um craque. As coisas que a gente fez à distância, você canta de primeira. Ronaldo respeita todas as sílabas que a melodia sugere, não tem erro de prosódia. Isso é de uma maestria ímpar. A gente consolidou uma amizade incrível, o disco é resultado desta amizade. Ficamos felizes logo na primeira música, pois rolou empatia, deu liga de cara”, conclui Pélico.
Além do single, já está nas plataformas o lyric video dirigido por Alexandre Boechat, com imagens de encontros recentes e fotos de arquivo dos dois compositores.
“INFINITO BLUE”
Single de Pélico e Ronaldo Bastos
Sólóv/YB
Disponível nas plataformas digitais
