Ana Hadad encena seu monólogo no Centro Cultural Casa da Voz, no bairro São Pedro -  (crédito: igor cerqueira/divulgação)

Ana Hadad encena seu monólogo no Centro Cultural Casa da Voz, no bairro São Pedro

crédito: igor cerqueira/divulgação

Quatro paredes, um telhado e uma porta. Casa, local onde geralmente nos sentimos seguros. Onde vivemos, crescemos e construímos o que costumamos chamar de nossa história.

 

No lar onde os avós viveram a partir da década de 1940, no bairro São Pedro, a atriz belo-horizontina Ana Hadad convida à reflexão sobre o mundo pós-isolamento social. O espetáculo solo “Como se fosse a casa” será apresentado desta quinta-feira (25/1) a 4 de fevereiro, na programação da Campanha de Popularização do Teatro e Dança.

 

 

Em cartaz no Centro Cultural Casa de Voz, a montagem vem da angústia que Ana Hadad sentiu durante o confinamento social e a pandemia. “É a manifestação de tudo o que a gente viveu. Naquele momento, eu estava com um recém-nascido e queria abrir as portas para receber meus amigos, ver as pessoas”, conta.

 

“Entendi que eu também fui a casa de alguém por nove meses. Na peça, expandimos a ideia de morada, lugar seguro, onde a gente pode se recolher, trazer nossos afetos para o espaço íntimo.”

 

Com direção e dramaturgia de Eduarda Fernandes, o monólogo se molda diante do imprevisível durante a troca entre Ana e o público. A atriz do grupo Quartatela, de 45 anos, conta um pouco sobre sua família e divide experiências com a plateia, que também pode compartilhar as próprias vivências.

 

“A maturação da minha jornada artística fez com que eu tivesse a tranquilidade de ter um roteiro, mas, ao mesmo tempo, o domínio e o entendimento para me desviar um pouco do combinado. Acolho o que o espectador traz, mas sem que isso faça o espetáculo demoroso ou cansativo. A ideia é divertir e retroalimentar a própria temática”, explica.

 

Entre reflexões sobre nascimento, vida e morte, todos escrevem um novo capítulo na história do número 111 da Rua Raul Pompeia. “A casa onde meus avós moraram ficou por muito tempo sendo lugar de aluguel. Foi agência de turismo, loja e várias outras coisas”, conta Ana.

 

Professora de teatro e diretora de texto, a atriz já havia se acostumado a alugar locais em Belo Horizonte para exercer o seu trabalho.

 

“Em determinado momento, entendi que queria fazer a gestão de um espaço onde pudesse desenvolver a minha pesquisa, dar aulas e receber apresentações. Entendi que aquela casa poderia acolher minhas ideias.”


Centro cultural

 

Fundado o Centro Cultural Casa da Voz, a “casa da vó, como diz Ana, recebeu a estreia da primeira temporada da peça. Isso mudou a percepção dela sobre o futuro.

 

“Em três temporadas, a cada vez que faço o espetáculo, me sinto mais apropriada. Ele é meu. As palavras escritas pela Eduarda são minhas de fato, mas também são das pessoas. É sempre um prazer ouvir histórias e lembranças do público. Assim como falo da saudade da minha avó, eles também falam da saudade deles”, conclui Ana.

 

“COMO SE FOSSE A CASA”


Texto e direção: Eduarda Fernandes. Com Ana Hadad. Desta quinta-feira (25/1) a domingo (28/1), às 20h, no Centro Cultural Casa da Voz (Rua Raul Pompeia, 111, São Pedro). Haverá sessões de 1º a 4 de fevereiro, no mesmo horário. Ingressos: R$ 60 (inteira), no local; R$ 25 (postos do Sinparc, nos shoppings Cidade e Pátio). Informações: (31) 99720-0111.

* Estagiária sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria