"O dia que te conheci", protagonizado por Renato Novaes (à esq.), é inspirado em pessoas que tomam remédios porque estão oprimidas pela rotina massacrante

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Novo filme de André Novais Oliveira, “O dia que te conheci” será exibido nesta quarta-feira (13/12) dentro da Mostra Competitiva de Longas-metragens do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, que, em sua 56ª edição, é o mais longevo do país. Um dos sócios da prestigiada produtora Filmes de Plástico, fundada em Contagem, na Grande BH, e atualmente com sede em BH, o diretor contabiliza êxitos no evento realizado na capital federal.

 

Ele já participou três vezes das mostras competitivas – com o curta “Quintal” (2015) e com os longas “Ela volta na quinta” (2014) e “Temporada” (2018) – tendo conquistado um total de 10 prêmios. “O dia que te conheci” chega ao festival já devidamente credenciado. Desde que fez sua estreia mundial no Festival do Rio, em outubro passado, o longa já foi exibido em 10 festivais, e conquistou cinco prêmios.

 

 

No próprio Festival do Rio, Grace Passô, que é protagonista, ao lado de Renato Novaes, foi a vencedora na categoria melhor atriz. Na mesma ocasião, o filme conquistou o Prêmio Especial do Júri. Também em outubro, “O dia que te conheci” ganhou o Prêmio da Crítica na Mostra Internacional de Cinema em São Paulo.

 
REGISTRO DO COTIDIANO

 

Na competição internacional do Entrevues Belfort 2023, realizado na França, o longa levou o troféu de melhor filme pelo júri popular. Já no 38º Mar del Plata IFF, na Argentina, conquistou uma menção especial na competição latino-americana. No Brasil, “O dia que te conheci” tem feito uma bela trajetória no curto espaço de tempo desde sua estreia.

 

O longa ganhou o prêmio do júri popular no Festival de Gostoso e também foi exibido na 14ª Janela Internacional de Cinema do Recife, na Mostra de Cinema Latino-americano de Rio Grande, na 5ª Mostra Quilombo de Cinema Negro e Indígena, no Festival da Fronteira e no Forumdoc.bh 2023. “O dia que te conheci” dispensa grandes artifícios, privilegiando a história, com abordagem simples e registro do cotidiano mais próximo da realidade.

 

O enredo acompanha o personagem Zeca (Renato Novaes), que todos os dias acorda muito cedo para pegar o ônibus e chegar, uma hora e meia depois, na escola da cidade vizinha, onde trabalha como bibliotecário.

 
NEGROS PROTAGONISTAS

 

Os atrasos constantes põe em risco seu emprego e o colocam sob pressão permanente. Um dia, ele conhece Luísa (Grace Passô), e esse encontro vai mudar os rumos de sua vida. Oliveira observa que a inspiração para “O dia que te conheci” tem a ver com a quantidade de pessoas que estão tomando remédios ou em tratamento psiquiátrico, oprimidas por uma rotina massacrante.

 

Ele também chama a atenção para a importância de um elenco estrelado por negras e negros, o que é uma constante em suas produções. “Acho que falar sobre relacionamentos entre pessoas pretas é uma coisa sempre interessante de se colocar. Ver pessoas pretas sendo retratadas de forma respeitosa nas telas é muito político”, declarou.

 

“O dia que te conheci” disputa o Troféu Candango com “No céu da pátria nesse instante”, de Sandra Kogut, “Mais um dia, zona norte”, de Allan Ribeiro, “Nós somos o amanhã”, de Lufe Steffen, “Cartório das almas”, de Leo Bello, e “A transformação de Canuto”, de Ariel Kuaray Ortega e Ernesto de Carvalho.