Cantor, compositor e violonista Sergio Santos afirma que

Cantor, compositor e violonista Sergio Santos afirma que "Cortejo", com suas diversas participações, revela o quanto o Brasil é profundo e vasto

crédito: Tiago Monteiro/Divulgação

O cantor, compositor e violonista Sergio Santos se reuniu com a mineira Maíra Manga e o paulista Rafael Altério para mandar para as plataformas digitais o álbum “Cortejo” (Acari Records). O disco traz 12 faixas, sendo duas de Santos, quatro parcerias dele com Paulo Cesar Pinheiro e o restante de Rita e Rafael Altério.
O trabalho conta com as participações de Mônica Salmaso, André Mehmari e da Orquestra de Cordas de São Petersburgo. Santos conta que a ideia partiu da afinidade musical entre os três amigos. “O que o trabalho propõe é utilizar esse material, sem deturpá-lo e, ao mesmo tempo, tratá-lo com uma linguagem composicional contemporânea. ‘Cortejo’ é um trabalho que tem cheiro de mato, com a sonoridade da tradição e com a linguagem da contemporaneidade. O álbum mostra o Brasil da marcha-rancho, da moda de viola, do galope, da catira, do coco, do congado, do baião, do maracatu e da toada”, enfatiza o mineiro.


“Cortejo”, segundo o artista, mostra também um Brasil profundo. “O álbum revela o quanto é rico, vasto e generoso esse universo cheio de possibilidades e que permanece e se recria dia a dia, solto por esse país”, acrescenta o músico. As vozes ficaram a cargo do trio Maíra Manga, Rafael Altério e do próprio Sergio Santos. 

VOZES AFETIVAS

O artista ressalta que suas duas músicas são inéditas. “Quanto às canções do Rafael, uma ou outra que já foi gravada, mas a ideia é colocar material novo na roda, coisas que as pessoas não conhecem ainda.” Ele conta que tocou violão em todas as faixas e escreveu todos os arranjos. “Nós três cantamos. A gente dividiu os solos. Tem faixas que cantamos juntos em duo e outras que canto com a Maíra. Também tem faixa que Rafael, eu e Maíra cantamos sozinhos.”

“Na verdade, fomos pensando na alternância de vozes e como a gente poderia montar isso. O resultado foi muito legal, pois as vozes timbram. São vozes muito diferentes umas das outras, mas na hora que se juntam, fica tudo muito bonito”, acrescenta o cantor mineiro.

Santos conta que o álbum é algo que partiu muito do afetivo, da amizade entre os três. “Sou amigo de Rafael há muitos anos e essa amizade é muito musical também. Então, resolvemos pensar em um repertório e vimos que a temática que nos interessava e que era comum aos três, era do que não é urbano, da música interiorana que vem do caipira.”

ROUPAGEM MODERNA

Ele explica que ao criar os arranjos sempre ficou ancorado à ideia do interior, mas com uma roupagem moderna. O disco traz cello, violino, flauta e acordeon. Além disso, tem a participação da Orquestra de Cordas da Rússia, que toca em quatro faixas.

O músico afirma que o disco também sairá em formato físico. “Há um público que está fidelizado a isso. Na verdade, o resultado é muito importante, porque é esse Brasil que está oculto, que é pouco falado, pouco ouvido e que, às vezes, é entendido como ultrapassado.”

Maíra Manga ressalta a amizade entre os três, o que, segundo ela, é o pilar do disco.“Foi uma alegria imensa dar voz a essas canções junto com eles. São músicas lindíssimas de Sergio com Paulo Cesar Pinheiro e de Rafael com Rita Altério. São músicas que falam de algo muito importante que, muitas vezes, a gente não dá bola ou não olha.É a nossa maneira de olhar para o interior, de olhar para dentro de alguma forma. Leio essas músicas desse jeito.”

Participaram também das gravações, os músicos Neymar Dias (contrabaixo e viola caipira), Luiz Guello (percussão), Toninho Ferragutti (acordeon), Teco Cardoso (flautas), Wanessa Dourado (violino), Adriana Holtz (violoncelo) e Sergio Santos ao violão e assinando os arranjos e direção musical. O disco foi gravado no Gargolândia, estúdio em Alambari, interior de São Paulo. 

SAMBAS INÉDITOS

Sergio Santos revela que já tem outro trabalho pronto, inclusive gravado. “Mas vou esperar que ‘Cortejo’
se estabilize para depois lançá-lo. É um disco autoral com sambas inéditos e que traz as participações
de Francis Hime, Leila Pinheiro e Olívia Hime. É com violão, voz e clarinete tocado pelo Nailor Proveta.
Mas isso é para o segundo semestre de 2024”, avisa.

“CORTEJO”
Disco de Sergio Santos, Maíra manga e
Rafael Altério
Disponível nas plataformas digitais