Vencedores do concurso

Vencedores do concurso "Desperte seu lado Paul", promovido pelo Estado de Minas e portal Uai, fizeram foto e conversaram com o ídolo

crédito: MJ Kim/MPL Communications

 

Paul McCartney está entre nós há uma década. Um eufemismo, é claro, para falar da relação dele com a própria Belo Horizonte. Sua história conosco começou em 4 de maio de 2013, no recém-reinaugurado Mineirão, na abertura da turnê mundial “Out there!”, para 53 mil pessoas. E continuou quatro anos e meio mais tarde, em 17 de novembro de 2017, novamente no Gigante na Pampulha, com o show “One on one”, para 51 mil pessoas.

 


A incredulidade de vê-lo entre nós foi quebrada logo no início da apresentação de uma década atrás, quando o próprio disparou: “Finalmente, Paul vem falar uai”. Naquela primeira vez, o momento que mesmerizou todo o estádio foi vê-lo sozinho, suspenso em uma estrutura na parte frontal do palco, cantando os clássicos dos Beatles “Blackbird” e “Here today”.

 

 


Na segunda vez, arrebatou o público música a música. A sequência final teve “Let it be” com os celulares acesos emulando as velas que apareciam no telão; os indefectíveis fogos de “Live and let die” e o coral de milhares de “na na na na” em “Hey Jude”, também expressos em cartazes que haviam sido distribuídos para a plateia.

 

Paul McCartney e Cecília Cury

Cecília Cury ganhou autógrafo na costela no primeiro show de Paul em BH, em 2013

MJ KIM/MPL Communications

 

Chuva verde e amarela

 

As cinco canções citadas, vale dizer, estiveram no show de Brasília de quinta-feira (30/11), que abriu a turnê “Got back” no país. Assim como a chuva de papel picado verde e amarelo, que encerra todas as apresentações dele no Brasil. É sempre assim, mas não há razão para ser diferente.

 


Todo fã que foi a pelo menos um show de Paul McCartney tem uma história para contar. Em 2017, dez deles se deram muito bem. Venceram o concurso “Desperte seu lado Paul”, promovido pelo Estado de Minas e Portal Uai, com vídeos em que cantavam uma música do ídolo. Ganharam ingressos, direito a assistir à passagem de som e a cereja do bolo, uma foto com ele. O vídeo de Daniela Godoy, em que ela interpretou “Oh! Darling” em um ônibus em movimento, repercutiu muito, pois foi publicado no perfil oficial de Paul McCartney.

 

 

Daniela Godoy

Vídeo de Daniela Godoy cantando "Oh Darling!" foi parar no perfil oficial de Paul McCartney em 2017

Edesio Ferreira/EM/D.A Press/19/10/17

 


Mas talvez não haja melhor história do que a de Cecília Cury. Ela já está com os ingressos na mão para os dois shows de BH. Está tentando de alguma maneira, já que estão esgotados, outro para o encerramento da turnê, em 16 deste mês, no Maracanã.

 


“Como a primeira vez dele foi no Maracanã (em abril de 1990), me parece um fechamento de ciclo. A sensação é de que haverá alguma surpresa ali”, comenta. Mas surpresa mesmo foi vê-la no palco naquele maio de 2013, como mostra a foto que ilustra esta matéria (momento que acabou entrando também no clipe de “New”, lançado naquele ano). “Adoro contar essa história”, começa ela.

 

Tudo começou no show de Ringo

 


Novembro de 2011. Na fila para o show de Ringo Starr, no atual Arena Hall, um grupo de beatlemaníacos se conhece. “Ia ser muito legal se o Paul viesse”, era o tom da conversa geral. Vale lembrar que depois das duas temporadas noventistas (1990 e 1993) ele havia voltado a fazer shows no Brasil (novembro de 2010 e maio de 2011).

 


Pois deste grupo de não mais do que 10 pessoas saiu a ideia de criar o movimento “Paul, vem falar uai”. “Foi digital, via Facebook, com apoio de bandas cover e produtoras de casas de show. Fazíamos tudo para chamar a atenção da produtora do Paul.” A campanha tomou todo o ano de 2012 (e ele fez shows em abril daquele ano), e nada de BH. Até que houve o anúncio da estreia aqui.

 


O grupo, já bastante ativo e conhecido pelos fãs, estava à espera de Paul McCartney em sua chegada a BH, em 3 de maio de 2013, no Ouro Minas. E é aí que a história de Cecília, na época com 21 anos, fica mais interessante. Na porta do hotel, ela escreveu um cartaz, em inglês, dizendo que tinha uma tatuagem (dos Beatles, na costela, feita um ano antes), e queria a assinatura de Paul.

 


Fotógrafo oficial de Paul McCartney há muitos anos, MJ Kim leu o cartaz e perguntou a ela que tatuagem era aquela. Cecília mostrou. Paralelamente, o grupo do “Paul, vem falar uai” já tinha feito contato com o cinegrafista da turnê. Cecília deixou o hotel e voltou para a fila do Mineirão – dormiu cinco noites seguidas para ficar na grade. Pois no dia D, na fila, cinegrafista e fotógrafo passaram e ela lhes contou a história da campanha.

 


Já no estádio, no meio do show, a equipe chamou Cecília e as colegas (Priscila Brito, Luisa Mattos e Camila Flores). Sem acreditar, as quatro subiram ao palco. Paul McCartney fez, nas costelas de Cecília, a assinatura pedida – devidamente tatuada dois dias após o show.

 


Hoje, aos 32 anos, Cecília é tão fã de Paul McCartney quanto na época da campanha. Mas o clima, pelo menos para ela, é outro. “Desta vez estamos indo eu, meu marido, meu pai e meu sogro. Dormi em fila, valeu muito a pena. Mas, para mim, já deu.” 

 

Bituca no gargarejo

 

Emocionado, Milton Nascimento compartilhou ontem, nas redes sociais, o convite recebido da produtora dos shows de Paul McCartney para assistir aos shows do ex-Beatle na Arena MRV, hoje e amanhã. Augusto Nascimento, filho de Milton, assistiu à apresentação de Paul no Clube do Choro, em Brasília, na semana passada. Um dos clássicos da carreira de Bituca é “Pra Lennon e McCartney”.

 

“GOT BACK TOUR”


. Neste domingo (3/12) e segunda-feira (4/12), às 20h, na Arena MRV (Rua Cristina Maria de Assis, 202, bairro Califórnia). Ingressos para amanhã à venda no site Eventim. Inteira: R$ 480 (cadeira superior), R$ 600 (nível inferior sul), R$ 780 (cadeira inferior leste e oeste), R$ 650 (pista) e R$ 990 (pista premium). Meia na forma da lei.


. A Arena MRV disponibiliza estacionamento, com reserva pelo site (parceiros.estapar.com.br), mediante pagamento de R$ 140 (carros e motos) ou R$ 160 (vans).


. Serviço de transfer oficial: R$ 100, com quatro ônibus saindo do Buritis (Av. Professor Mário Werneck, 1.911), Lourdes (Av. Olegário Maciel, 1.516), Savassi (Rua Alagoas, 626) e Belvedere (Rua João Antônio Azeredo, 301). O voucher deve ser adquirido pelo site go2events.com.br.