Laura Becker apostou em parcerias e em ritmos como xote, baião, samba de roda e reggae -  (crédito:  Ana Carolina Fernandes/Divulgação)

Laura Becker apostou em parcerias e em ritmos como xote, baião, samba de roda e reggae

crédito: Ana Carolina Fernandes/Divulgação

Depois de lançar quatro canções inéditas para formar um álbum, a cantora, compositora, percussionista, atriz e palhaça Laura Becker manda para as plataformas digitais “Vento de lá” (Boemia Produções), que traz oito faixas autorais. Após trabalhar por 15 anos com outros projetos teatrais e musicais, a artista decidiu apostar em seu primeiro disco. Ela revela que sempre quis alçar um voo solo, mas alega que não tinha coragem nem tempo para tal. Porém, no ano passado, organizou uma campanha de financiamento coletivo e 300 pessoas contribuíram para a realização do sonho. A produção é do músico Mateus Xavier.

O álbum apresenta músicas compostas já há alguns anos e algumas mais recentes, como as parcerias com Pedro Luís, Carlos Chaves, David Rosenblit e Mateus Xavier. “É um trabalho feito por muitas mãos, com parceria e confiança”, afirma. “Vento de lá” tem ritmos como xote, baião, samba de roda e reggae. “A ideia nasceu durante a pandemia, quando deixei o Rio de Janeiro e fui morar no Sul da Bahia. Enquanto estava o período pandêmico e todos vivendo aquele momento obscuro, comecei a me aprofundar no violão e a estudar música.”

Laura lembra que teve aulas de violão com Carlos Chaves, do Quarteto Maogani e Monobloco, que é um dos parceiros do disco. “Ele me mandou algumas músicas, e fui colocando letras. Confesso que tinha um desejo antigo de gravar as minhas canções, talvez pelo fato de meu pai Roberto ser maestro e irmão de Radamés Gnattali. Meu avô, que tocava violino, se chamava Ernane Gnattali. Tinha essa vontade de gravar um disco, mas estava com medo e quando entrei naquele momento, mais conectada com a música, convidei o Mateus Xavier, do bloco do Sargento Pimenta, no qual toco desde 2010, para me ajudar. Começamos a olhar para essas músicas, ele propôs alguns arranjos e fiquei animada em reunir essas faixas.”

Laura conta que o álbum traz músicas que compôs na Bahia e duas de Carlos Chaves que letrou. “Chamei o Pedro Luís para ser parceiro em uma delas que se chama 'Forró silencioso', que lançamos em junho. Tem uma outra do David Rosenblit que a gente fez junto. A música que dá nome ao disco se chama 'Vento de lá' e é uma canção que fiz há 15 anos e agora quis resgatá-la. Acho até que em um processo de olhar para as coisas que já fiz, de ser esse primeiro trabalho. É um disco eclético e tem também uma música que é um blues misturado com xote, na qual chamei o Kiko Horta para gravar a sanfona”, diz.


PERCUSSÃO COM GUITARRA

Ela confessa que tem uma pegada de música brasileira dos blocos. “Talvez por ser percussionista de baião, maracatu e coco, mas também tive uma adolescência roqueira e gosto do som da guitarra. Acho que coloquei todos esses desejos nesse disco. E é uma estreia, ou seja, meu lançamento como cantora e compositora. Nasceu primeiro comigo e o Mateus, depois resolvi fazer o financiamento coletivo. É um projeto feito por muitas pessoas, o que é muito legal, porque fazer arte no Brasil é difícil.”

Laura adianta que no dia 23 de novembro lançará o clipe da música “Vento de lá”, que teve a direção de Thiago Rios. “Em junho de 2022 lançamos o 'Forró silencioso', que gravei com o Pedro Luís, também com clipe. No final do ano passado lancei o 'Colo de mãe', mas o clipe dessa canção só chegou ao streaming em maio deste ano. É uma homenagem que fiz à minha mãe, em plena pandemia, ela no Rio e eu na Bahia.


CRIANÇAS E CAPOEIRA

Laura revela que já está pensando nos próximos álbuns. “Tenho vontade gravar um disco para crianças, pois compus várias músicas com nomes, animais, enfim, há muitas canções que gostaria de gravar, com pessoas legais e de um jeito interessante, brincando com sintetizadores e percussão. Jorge, meu companheiro, é mestre de capoeira e a gente também tem vontade de gravar um disco voltado para essa galera, com berimbau, violão e percussão. Há muitas gravações com voz masculina, então ter uma voz feminina seria muito legal”, aponta.

Ela diz que esse projeto é para o ano que vem e levará o nome de “Viola à beira-mar”. “Meu nome de palhaça é Viola, que é também o da capoeira, e o de Jorge, Mestre beira-mar. Então, demos nome ao projeto de 'Viola à beira-mar'. Esses são os projetos que estão na agulha, mas tenho também as minhas músicas. De vez em quando olho para elas e vejo o que quero gravar. Devo lançar e fazer um EP no próximo ano”, adianta.

“VENTO DE LÁ”
• Disco de Laura Becker
• Boemia Produções
• Disponível nas plataformas digitais