A atriz como a Ariclenes de

A atriz como a Ariclenes de "Ti-ti-ti", um de seus muitos papéis cômicos na televisão; ela também teve carreira na música

crédito: Estevam Avellar/Divulgação

A atriz Elizângela do Amaral Vergueiro, cujo nome artístico era apenas Elizângela, morreu ontem, aos 68 anos, em Guapimirim, no Rio de Janeiro. Ela teve uma parada cardiorrespiratória e as tentativas de reanimação não foram bem-sucedidas, conforme divulgado pelo hospital municipal em que ela foi atendida.

A atriz ficou famosa por atuar em novelas da Globo como "Força do querer", de Gloria Perez, em que fez o papel de Aurora, mãe de Bibi Perigosa, que se envolve com o tráfico.

Nascida no Rio de Janeiro em 1954, ela começou na televisão em 1965, na TV Tupi e engatou nas novelas nos anos 1970, caso de "Locomotivas" e "Roque Santeiro".

Elizângela fez carreira também como cantora, tendo lançado um LP homônimo em 1978. O disco recebeu atenção do público.

Ela começou a trabalhar ainda criança, fazendo comerciais. Na TV Excelsior, foi assistente de palco, aos 10 anos, do programa “Essa gente inocente”. Trabalhou em diversas produções até sua contratação pela Globo em 1966. Em paralelo aos programas de TV, que incluíam produções de teletearo, Elizângela atuou no cinema e no teatro.

Embora tenha atuado em diversas frentes, seu grande reconhecimento popular se deveu aos papéis em novelas. Desde “Pecado capital” (1975), ela esteve no elenco de aproximadamente 40 produções, entre elas grandes sucessos, como “Locomotivas”, “Éramos seis”, “Senhora do destino” e “A força do querer”.

Durante a pandemia de COVID-19, a atriz provocou polêmica por se opor publicamente à vacinação contra o vírus. De acordo com a Prefeitura de Guapimirim, ela não tomou nenhuma dose do imunizante.

O hospital público em que a artista foi atendida ontem informou que ela manobras de reanimação foram tentadas, sem sucesso. Ainda de acordo com a instituição hospitalar, Elizângela foi internada em 2022 com um quadro respiratório grave, em decorrência de COVID.


REAÇÕES

Com o anúncio da morte de Elizângela, muitos artistas usaram ontem as redes sociais para prestar homenagem à artista. Eles destacaram a trajetória de sucesso de Elizângela e a sua gentileza nos bastidores das produções. Um dos primeiros a lamentar a partida da atriz foi Lúcio Mauro Filho.

"A querida Elizângela partiu hoje para o outro plano. Sua estreia foi ainda criança, ao lado do meu pai,no 'Essa gente inocente'. Brilhou na primeira novela que assisti, 'Locomotivas' e seu personagem virou um sinônimo de menina rica: Patricinha. Brilhou da infância até os dias de hoje, uma carreira marcada pela leveza e o talento. Meus sentimentos aos familiares, amigos e admiradores desta grande atriz. Bom descanso, Elizângela!", escreveu o ator.

O ex-BBB e ex-deputado federal Jean Wylys também se manifestou no Instagram: "Que tristeza me deu saber agora que Elizangela partiu. Admirava-a como atriz e gostava dela como pessoa. Mesmo a divergência política durante a pandemia de COVID não me fez gostar menos dela. Comigo, em todas as vezes em que estivemos juntos, ela sempre foi gentil, carinhosa e respeitosa. Apresentou-me Marcelle, sua filha, a quem também me afeiçoei. Desde que parti para exílio, em 2018, não as vi mais pessoalmente. Hoje me veio esta triste notícia. Deixo meus pêsames a ela, Marcelle, aos demais familiares, aos amigos e aos fãs."

Paula Burlamaqui, que está no ar na novela das 18h da Globo, "Elas por elas", compartilhou uma foto ao lado da atriz. Na legenda, a artista se despediu. "Partiu hoje Elizângela, uma grande atriz que acompanho desde jovem seus trabalhos na TV. Muito triste. Os meus sentimentos a família e amigos".

GRANDES PERSONAGENS

Entre os muitos personagens vividos por Elizângela, o crítico de TV Nilson Xavier destacou como os mais marcantes a Taís de “Bandeira 2”, a Emilene de “Pecado capital”, a Patrícia de “Locomotivas”, a Mariúcha de “Jogo da vida”, a Marilda de “Roque Santeiro”, a Rosemary de “Pedra sobre pedra”, a Magnólia de “Por amor”, a Djenane de “Senhora do destino”, a Nicole de “Ti-ti-ti”, e a Aurora de “A força do querer”.