No ato sexual, quando o homem está preocupado, tenso ou estressado, o sistema nervoso simpático é ativado
 -  (crédito: Alexander Belyaev/Pixabay)

No ato sexual, quando o homem está preocupado, tenso ou estressado, o sistema nervoso simpático é ativado

crédito: Alexander Belyaev/Pixabay

O sistema nervoso central (SNC) desempenha diversas funções do corpo humano influenciando a sexualidade masculina. Esse é um campo muito estudado por especialistas para compreender como as interações neurais desempenham funções significativas na resposta sexual masculina.

O cérebro é uma parte fundamental do SNC e desempenha uma importante função na excitação sexual. Regiões específicas como o hipotálamo e o córtex cerebral estão envolvidas na regulação da libido e na interpretação de estímulos sexuais. Uma pesquisa publicada no 'Journal of Neurology and Neurophysiology', publicada em 2016, e intitulada "A Fisiologia da Ereção e o Papel do Sistema Nervoso Central: Avanços Recentes", produzida pelo cientista K. Srilatha, busca compreender a fisiologia da ereção e destaca a influência exercida pelo SNC nesse processo. Sabe-se que a ereção é um fenômeno que envolve uma série de sinais e respostas neurológicas, e a pesquisa busca explicar esses mecanismos de maneira mais abrangente.

Um dos pontos destacados no resumo da pesquisa, são as interações entre o SNC e as funções eréteis. A ereção foi associada principalmente a aspectos vasculares e hormonais, mas o estudo liderado por Srilatha aponta uma influência do sistema nervoso central.

Controle hormonal e SNC

O estudo chegou à conclusão que esse sistema também é responsável por regular a produção e liberação de hormônios sexuais, como a testosterona, que desempenha uma função importante no organismo. Mudanças nos níveis hormonais podem impactar a libido, a ereção e a ejaculação. Por isso, devemos compreender como o SNC influencia na regulação hormonal para entender melhor a sexualidade masculina.

Os fios condutores do SNC

O sistema nervoso controla tudo o que fazemos de modo voluntário e involuntário e dentro dele existem dois “fios condutores” chamados de sistema nervoso simpático e parassimpático. Ambos trabalham juntos para garantir que nosso corpo funcione corretamente.

Quando você está se exercitando, o sistema simpático entra em ação. Imagine o sistema nervoso simpático como a equipe de "ação rápida, luta ou fuga". Quando algo te assusta ou agita, seu coração bate mais rápido, sua respiração aumenta e deixa seu corpo pronto para agir rápido, como se estivesse preparando para uma atividade de aventura.

Mas quando seu corpo entra em estágio de repouso, está seguro, feliz, e não há perigo à vista, o parassimpático assume. A função é trazer tudo de volta ao normal depois de uma situação de ação. Ele diminui a frequência cardíaca, relaxa os músculos e ajuda também na digestão, permitindo o relaxamento do corpo.

No ato sexual, quando o homem está preocupado, tenso ou estressado, o sistema nervoso simpático é ativado. A consequência é a baixa excitação e, consequentemente, a redução do desejo sexual e a ereção dificultada. Isso ocorre porque os vasos sanguíneos podem se contrair e reduzir o fluxo sanguíneo para áreas específicas do corpo, como o pênis, o que pode contribuir para a disfunção erétil. Por fim, a liberação de hormônios do estresse, como o cortisol, pode influenciar negativamente os níveis hormonais associados à função sexual.

Para finalizar, os sistemas nervosos simpático e parassimpático são os melhores amigos do nosso corpo, sempre prontos para ajudar em diferentes situações. Quando há desequilíbrios relacionados ao estresse, ansiedade ou preocupação, isso pode afetar negativamente a experiência sexual. Caso ocorram essas preocupações de modo recorrente no momento do sexo é aconselhável procurar a orientação de um profissional de saúde e terapeuta sexual para identificar estratégias de gestão do estresse para melhorar a saúde sexual.