Ao longo da história, a abordagem sobre a sexualidade masculina é envolvida por tabus, dificultando uma discussão aberta e franca sobre o tema. Os homens viviam em meio à falta de informação sobre sua sexualidade, resultando em inúmeras dúvidas e inseguranças. Isso contribuiu para o desenvolvimento de problemas de saúde sexual, tais como disfunção erétil e ejaculação precoce. Somado a isso, o estigma social associado à sexualidade masculina atua como um obstáculo, desencorajando muitos homens a procurarem ajuda para enfrentar suas questões sexuais.


A virilidade – às vezes imposta – pode gerar uma grande pressão que causa insegurança e baixa autoestima no homem. As principais disfunções sexuais masculinas são a impotência, a ejaculação precoce, a falta de desejo e impulso sexual. Esses problemas podem ser causados por diversos fatores como: estresse, depressão, ansiedade, doenças físicas, uso de determinados medicamentos e até a falta de conhecimento do próprio corpo, além de descontrole hormonal e alimentação inadequada. Quando um homem enfrenta esses problemas, pode se sentir inseguro, frustrado e isolado, levando à falta de confiança, ansiedade e até à depressão.


Como mentora comportamental, atendo homens de todo Brasil com demandas diversas. Problemas relacionados ao estresse no trabalho, dificuldade de comunicação com a parceira e disfunções sexuais são queixas comuns. É difícil imaginar, mas todos esses problemas abalam a autoestima e deixam o homem inseguro na cama, fazendo que ele considere que a performance sexual não foi satisfatória.

Imagem idealizada do homem

Muitos aspectos contribuem para esse medo de julgamento dos homens. Tabus, crenças, padrões sociais e falta de orientação, por exemplo. É importante mencionar que guardar para si os problemas e reprimir emoções leva a transtornos enormes na vida dos homens. Brené Brown, pesquisadora, autora e professora norte-americana conhecida por seu trabalho sobre vulnerabilidade, vergonha, empatia e coragem, oferece uma visão única sobre a complexidade da experiência humana. Em "A coragem de ser imperfeito", disponível na Netflix, Brown mergulha profundamente na dinâmica das emoções, revelando como a sociedade contemporânea, muitas vezes, nos conduz à repressão emocional em busca de uma imagem idealizada de perfeição que nos pode levar a uma série de problemas, incluindo ansiedade, depressão e uma sensação constante de inadequação.


Os homens são socialmente condicionados a reprimir emoções justamente porque buscam essa perfeição de se mostrarem fortes e viris. Por medo do julgamento, muitos chegam a adoecer e sofrem com estresse e até depressão. Segundo a OMS, representam 76% dos suicidas do Brasil.


Brené Brown levanta ainda um dado interessante em seu documentário. Quando expressamos nossas emoções a pessoas que confiamos, aprendemos a lidar com a raiva, o estresse e outras emoções negativas. Além disso, ao expressar sentimentos negativos, aprendemos a substitu´-los por sentimentos positivos. Essa dinâmica é importante para mantermos um relacionamento saudável, com autoestima.
Buscar palpites ou dicas não resolvem os problemas. É preciso encontrar mentores capacitados e habilitados que abraçam a causa e conduzem o processo de mudança.


Discutir problemas com pessoas com pouco conhecimento sobre o tema pode gerar mais palpites vazios que não contribuem, com eficiência, para a resolução de questões tão complexas. Indivíduos maduros buscam mentores mais capacitados e habilitados, comprometidos e envolvidos com a causa para orientar um processo efetivo de mudança.


Falar dos problemas e enfrentá-los é o primeiro passo para uma vida plena, repleta de prazer e feliz.